PGR apresenta recurso no STF pedindo afastamento do governador de Alagoas aliado de Lula

Superior Tribunal de Justiça decidiu afastar Paulo Dantas (MDB), mas ministro do STF reverteu decisão

Augusto Aras, procurador-geral da República, apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF), na quinta-feira 3, um recurso para reverter a decisão do ministro Gilmar Mendes, que revogou o afastamento do governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB).

Na quinta-feira antes da eleição, dia 24, Mendes, que é relator do processo, justificou sua decisão na imunidade eleitoral, que limita a imposição de medidas cautelares aos candidatos durante as campanhas.

O ministro argumentou que a prerrogativa vale a partir dos 15 dias que antecedem o primeiro turno da eleição até as 48 horas depois do término do segundo turno. No domingo 30, Dantas foi reeleito com 52% dos votos válidos.

Aras afirmou que o afastamento deveria ter sido suspenso temporariamente pelo prazo na decisão, e não completamente revogado. O procurador ainda afirmou que a imunidade eleitoral não é absoluta, mas uma restrição temporal e circunstancial.

Além disso, o PGR defendeu que “para se conformar com o novo sentido dado à cláusula de imunidade eleitoral pelo relator, a decisão referida teria seus efeitos suspensos durante o processo eleitoral, voltando a valer 48 horas depois do término do segundo turno”.

Esquema de corrupção

Em 12 de outubro, o Superior Tribunal de Justiça decidiu afastar Dantas. O aliado do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é acusado de desviar R$ 54 milhões por meio de funcionários fantasmas na Assembleia Legislativa do Estado.

A Polícia Federal cumpriu 31 mandados de busca e apreensão. Na casa do governador de Alagoas, foram apreendidos R$ 100 mil em espécie, R$ 14 mil com o próprio político em São Paulo e mais R$ 150 mil na casa de um cunhado.

Seguranças de Dantas foram utilizados para fazer saques e depósitos em caixas eletrônicos, com cartões em nome de funcionários laranjas da Assembleia Legislativa. Parte considerável desse dinheiro era entregue a uma construtora, a mesma que lavava o dinheiro de vários imóveis do governador alagoano.

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