Segundo o ministro-chefe do GSI, o presidente Jair Bolsonaro e o Ministério da Defesa vão se posicionar sobre o assunto
O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, qualificou como “gravíssimas” as denúncias do ministro das Comunicações, Fábio Faria, sobre as irregularidades no volume de inserções veiculadas em emissoras de rádio pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“É obvio que a situação é gravíssima”, afirmou Heleno, em entrevista realizada nesta quarta-feira, 26. “Compete ao Tribunal Superior Eleitoral [TSE], junto aos Tribunais Regionais Eleitorais, manter o equilíbrio entre os candidatos. Eles têm de ter o mesmo acesso, o mesmo número de inserções.”
Na manhã desta quarta-feira, 26, o assessor Alexandre Gomes Machado, que ocupava um cargo na Secretaria-Geral da Presidência no TSE, foi exonerado. Ele era responsável pelo recebimento dos arquivos com as peças publicitárias das campanhas e sua disponibilização no sistema eletrônico da Corte Eleitoral.
Cerca de 150 mil inserções, segundo a petição apresentada ao TSE, não teriam sido veiculadas. O número consta de uma auditoria feita pela Audiency Brasil Tecnologia Ltda., empresa contratada pela campanha de Bolsonaro.
“O funcionário exonerado teve a coragem de dizer que a entrega do material para as emissoras de rádio estava completamente desorganizada”, disse Heleno. “Ele sabia o que estava acontecendo. É uma falha seriíssima do TSE. As providências precisam ser tomadas. E, agora, está muito difícil de tomar decisões cabíveis. Será uma providência decidida em cima das pernas [uma decisão tomada rapidamente]. O presidente da República e o Ministério da Defesa vão decidir a melhor forma de resolver esse assunto.”