Publicação destacou postura adotada nas eleições deste ano tanto pela campanha de Lula quanto pela Corte
O jornal norte-americano The Wall Street Journal publicou um artigo, neste domingo (23), com críticas à postura da esquerda e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições brasileiras deste ano. No texto, intitulado Brazil’s Left Tries to Gag Political Speech (Esquerda Brasileira Tenta Amordaçar Discurso Político), as instituições são criticadas por causa da repressão de opiniões e pelo uso da Corte para “silenciar” críticos de Lula.
“A Constituição do Brasil proíbe a censura, e a repressão descarada do tribunal [TSE] à liberdade de expressão alarmou a nação. Mas o juiz [Alexandre] de Moraes, que também é do STF, não dá sinais de recuar. Se a democracia do Brasil está em risco, como alega a esquerda, não está por causa de Bolsonaro”, diz o texto.
Assinado por Mary Anastasia O’Grady, membro do conselho do periódico, o texto descreve os tipos de represália que têm sido aplicados a veículos e pessoas que publicaram matérias que fazem crítica ao ex-presidente Lula (PT), e ressalta que o TSE “não tem autoridade para aprovar ou desaprovar a opinião pública”.
“Em 13 de outubro, atendendo a uma denúncia da campanha de Lula, o tribunal decidiu que a empresa de mídia Brasil Paralelo deveria remover conteúdo que discutisse sua condenação por conter “desinformação, alterando a realidade de eventos relacionados à corrupção”, afetando a imagem e honra de Lula”, lembra o veículo.
Em outro ponto do artigo, O’Grady também aponta que “canais de notícias e opinião com fins lucrativos, que fornecem conteúdo não oferecido pela mídia de esquerda”, estão desempenhando um papel importante no processo eleitoral, mas, segundo ela, como esses veículos cresceram, isso não teria agradado Lula, que pediu “ajuda” para Moraes.
“Quando os brasileiros são lembrados do que mandou [Lula] para a prisão, eles relembraram os enormes escândalos de corrupção que surgiram durante os 14 anos em que seu Partido dos Trabalhadores ocupou a Presidência”, aponta a comunicadora.
Ao final, a jornalista afirma que diante de um cenário no qual o TSE “quer dispensar” liberdades civis, como o direito à liberdade de expressão, isso faz a sociedade pensar sobre “como será o Brasil se Lula vencer”.