‘Já começou a regulação da mídia?’ – TSE atende pedido de Lula e abre investigação contra a Jovem Pan

Emissora é acusada de favorecer o presidente Jair Bolsonaro

Em mais um pedido da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atendido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi aberta neste sábado (15) uma ação para investigar a Jovem Pan por suposta prática de uso indevido dos meios de comunicação. A decisão proferida pelo ministro Benedito Gonçalves também inclui o presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu vice, Braga Netto e o presidente da emissora, Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha.

O PT acusa a emissora de fazer uma cobertura favorável a Bolsonaro, em detrimento dos outros candidatos, além de ser “uma das principais fontes de fake news nas eleições de 2022″.

No despacho, o ministro Benedito Gonçalves endossa as alegações do partido.

“É possível constatar da leitura dos trechos e do acesso aos vídeos que, em um efeito cíclico, os comentaristas da Jovem Pan não apenas persistem na divulgação de afirmações falsas sobre fatos (coisa que difere da legítima opinião que possam ter sobre a realidade), como somente se mostram capazes de “explicar” as decisões a partir de novas e fantasiosas especulações, trazidas sem qualquer prova, de que haveria uma atuação judicial favorável um dos candidatos”, escreveu o magistrado.

“Se uma emissora, efetivamente, direciona sua programação para reverberar fake news que atacam adversários de um candidato e a integridade do processo eleitoral, é necessário avaliar os impactos dessa conduta sobre a normalidade eleitoral”, disse em outro trecho do despacho.

O ministro aponta que a gravidade se dá pelo ampla audiência da emissora no rádio, televisão e canais do YouTube.

A defesa terá cinco dias para se apresentar.

Apesar de ter aberto a investigação, Gonçalves negou pedido da campanha de Lula para que fosse expedida liminar obrigando a Jovem Pan a se abster de veicular “fatos sabidamente inverídicos e descontextualizados em relação ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva e ao processo eleitoral”.

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