Senador eleito sai em defesa de Damares e fala em nova CPI da Pedofilia

Magno Malta disse que a ex-ministra fala a verdade sobre abusos em Marajó (PA)

Depois da repercussão das denúncias da ex-ministra e senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF) — de que há tráfico sexual e casos graves de abuso infantil em Marajó (PA) — no sábado 8, o senador eleito Magno Malta (PL-ES) sugeriu a abertura de uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia.

Em um vídeo, Malta, que presidiu, há 12 anos, a CPI da Pedofilia no Senado (entre março de 2008 e dezembro de 2010), disse que “o que Damares falou é verdade, está no relatório da CPI da Pedofilia”. Segundo ele, o relatório final, por questões regimentais, precisava ficar em sigilo no Senado, mas, agora, acredita que já possa ser liberado.

“Acho que agora já pode (ter acesso). Quando a gente tomar posse, nós podemos resgatar esse relatório”, disse Malta. O documento mostra, segundo ele, que crianças são colocadas “em barquinhos pelos seus pais, vai para a grande embarcação sozinha, sobe, é abusada, desce com um quilo de sal, ou um quilo de arroz; passageiros abusam, estrangeiros abusam e existe realmente tráfico”.

“Vamos investigar, então. Damares não falou nada de inverdade. Tem informação e tem documento. Eu investiguei. E está tudo lá num relatório, dentro de um cofre no Senado”, completou o senador eleito.

No vídeo, Malta menciona o bispo da Ilha do Marajó, dom José Luiz Azcona, que há mais de uma década denuncia o abuso de crianças e adolescentes e a inércia das autoridades em adotar providências efetivas para acabar com o crime. Na época da CPI da Pedofilia, disse à Agência Câmara que “foram publicadas reportagens e todo mundo sabe da exploração sexual de menores em Marajó, na rota entre Breves e a Guiana Francesa, mas ninguém faz nada”.

O vídeo de Malta foi compartilhado por Damares, em seu perfil no Twitter.

A polêmica sobre pedofilia começou quando Damares, em um discurso na Igreja Assembleia de Deus, em Goiânia (GO), no sábado 8, disse que crianças são traficadas para o exterior e são submetidas a mutilações corporais e a regimes alimentares que facilitam abusos sexuais e que “explodiu o número de estupros de recém-nascidos”.

O Ministério Público Federal do Pará (MPF-PA) cobrou explicações ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos (MMFDH), quer detalhes sobre os crimes e informações sobre as providências adotadas pelo ministério. A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) deu três dias para que o ministério explique as declarações de Damares. Já a deputada eleita Erika Hilton (Psol-SP) apresentou uma notícia-crime à Procuradoria-Geral da República contra a senadora eleita.

Fonte: Revista Oeste

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