Senadora Mara Gabrilli disse que o ex-presidente comprou o silêncio de uma testemunha por R$ 12 milhões
A ministra Maria Cláudia Bucchianeri, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), censurou a Jovem Pan por uma entrevista com a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), em que a tucana associa Lula à morte do ex-prefeito de Santo André (SP) Celso Daniel. A decisão foi proferida na quinta-feira 6.
A Jovem Pan foi afetada, em virtude de uma decisão do TSE para remover vídeos que ligam Lula ao caso. A ordem judicial se estende a conteúdos com o mesmo teor publicados por outros perfis no Twitter, no TikTok e Facebook. O pedido foi feito pela campanha de Lula.
Ao recordar o assassinato do ex-prefeito, Mara disse que, se o ex-tesoureiro do PT Ronan Maria Pinto não fosse pago, entregaria Lula como mentor do caso Celso Daniel. “Lula pagou R$ 12 milhões da chantagem para o Ronan Maria Pinto ficar quieto”, disse Mara, em entrevista à filial da emissora em Bauru (SP). “O Ministério Público de São Paulo acabou por encobrir o caso na época.”
Mara vai além e afirma que seu pai e outros empresários eram “extorquidos pelo PT com uma arma na cabeça”.
Segundo a ministra Maria Cláudia, a entrevista trata de um “tema que não é novo”. “Isso porque o referido conteúdo já foi tido por este TSE como desinformativo, além de violador da imagem do candidato”, argumentou.
“É de conhecimento público e notório que o assassinato do ex-prefeito Celso Daniel é um caso encerrado perante o Poder Judiciário, com os responsáveis devidamente processados e julgados, estando cumprindo pena”, sustentou a magistrada, ao mencionar que a investigação foi encerrada definitivamente. Conforme Maria Cláudia, “não houve envolvimento do PT e de seus membros.”
A entrevista já saiu do ar:
Delação de Marcos Valério associa Lula à morte de Celso Daniel
Marcos Valério disse à Polícia Federal (PF) que o Partido dos Trabalhadores (PT) e a maior facção criminosa das Américas, o Primeiro Comando da Capital (PCC), mantinham relações estreitas.
Em delação premiada à PF, o lobista revelou que Ronan Maria Pinto, empresário do ramo dos transportes e ex-tesoureiro do PT, chantageava o então presidente Lula para não revelar o segredo que comprometeria o partido: a existência de um esquema de arrecadação ilegal de recursos para financiar os petistas. Valério disse que soube da suposta chantagem contra Lula depois de conversar com Sílvio Pereira, então secretário-geral do PT.
Valério, que atuou como operador do mensalão, disse ter sido informado pelo ex-secretário-geral petista de que Ronan iria revelar que o PT recebia clandestinamente dinheiro de empresas de ônibus, de operadores de transporte pirata e de bingos. Nesse último caso, os repasses financeiros ao partido seriam uma maneira de lavar recursos do PCC.
O lobista disse que o então prefeito de Santo André, Celso Daniel, assassinado brutalmente em janeiro de 2002, havia produzido um dossiê em que detalhava quem, entre os petistas, estava sendo financiado pelo crime organizado.