Líder religioso expressou dúvidas sobre sistema eleitoral brasileiro
O pastor Silas Malafaia pediu a Deus que “trave” a contagem de votos em caso de tentativa de fraude nas eleições deste ano. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, ele afirmou não estar fazendo acusações, mas “falando de possibilidades”.
– Se tentarem fraudar, não estou perguntando para quem, estas eleições, que Deus, com seu eterno poder, dê uma travada nisso por mais de oito horas. E, se esse negócio travar por mais de oito horas na contagem, a casa vai cair. Aí não peça pra gente aceitar – declarou.
Na ocasião, Malafaia expressou suas dúvidas em relação à segurança do sistema de votação brasileiro.
– Não sou leviano, não faço acusações a ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), isso transcende eles. Quer dizer que os hackers invadem o sistema mais seguro do mundo, do Pentágono, e aí não podem invadir as urnas do Brasil? Ha ha ha, tenho que rir. Quem vai me convencer disso? Se o sistema é tão seguro e tão bom, por que americanos, canadenses, alemães, israelenses não usam? Nós somos modelo de tecnologia? Isso é piada – classificou.
Ao ser questionado se Bolsonaro aceitaria uma eventual derrota, o líder da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo (Advec) afirmou estar confiante na vitória de Bolsonaro.
– Primeiro que ele vai ganhar. Segundo, essa historinha de conversa fiada de [falar que] Bolsonaro não vai aceitar. Ele não vai aceitar se houver prova de fraude. Ele é algum maluco? Se mostrar fatos, vai ter apoio do povo. Se tentarem fraudar, essa tralha vai ser travada. A vontade soberana de um povo tem que se estabelecer – frisou.
Malafaia ainda compartilhou como ele e Bolsonaro se conheceram, e revelou tê-lo chamado de “louco” quando ele lhe contou pela primeira vez que se candidataria à Presidência da República.
– A partir de 2004, comecei a ser convidado para audiências públicas no Congresso falando de aborto, casamento gay. Bolsonaro [então deputado] fazia dobradinha comigo. Depois a Michelle foi pra nossa igreja. Bolsonaro ia, gostava de me ouvir. Eles já tinham filho [a caçula Laura]. Um dia eu disse: “Ô cara, que falta pra casar com essa mulher?”. Ele virou com esse jeitão dele: “Você faz meu casamento?”. Esperando a noiva, ele me disse: “Malafaia, vou ser candidato a presidente. Só tem um jeito de peitar a esquerda antes que esses caras explodam o país”. Falei: “Você tá louco!” – lembrou.