Randolfe solicita ao STF para acessar mensagens de Aras

Líder da oposição quer que Senado apure eventual crime de responsabilidade cometido por PGR

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição no Congresso Nacional, pleiteia ao Supremo Tribunal Federal (STF) cópias das supostas mensagens trocadas entre o procurador-geral da República, Augusto Aras, com os empresários apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) que supostamente defenderam golpe de Estado em caso de vitória de Lula (PT) nas eleições gerais de outubro. A informação é do site Metrópoles.

O pedido do parlamentar é baseado numa notícia divulgada pelos jornalistas Felipe Recondo e Flávia Maia, do site Jota. A reportagem revela que, em alguns dos celulares apreendidos na operação da Polícia Federal, há uma suposta troca de mensagens entre empresários e o chefe da Procuradoria.

A conversa, que também teria sido confirmada por fontes da PF, sempre segundo o site, seria sobre a atuação do ministro Alexandre de Moraes à frente do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Moraes também é o autor do mandado de busca e apreensão contra os empresários.

Aras, além de PGR, é também o procurador-geral eleitoral. E a troca de mensagens com empresários que se tornaram alvo do inquérito que investiga supostos atos antidemocráticos pode trazer embaraços para ele nesta posição. Um dos amigos de Aras é o empresário Meyer Nigri, da construtora Tecnisa, que foi citado nominalmente no discurso de posse de Aras como PGR.

“Não posso deixar de cumprimentar um amigo de todas as horas neste momento em que vivenciamos. E faço uma homenagem especial ao amigo Meyer Nigri, em nome de quem cumprimento toda a comunidade judaica, que comemorou 5.780 anos nos últimos dias”, disse Aras, na ocasião.

Os assessores do procurador-geral afirmam que ele soube somente nesta terça-feira (23) da operação e, portanto, não trocou informações sobre as diligências policiais. E afirmam que as mensagens enviadas por Aras a um dos empresários, agora alvo da investigação, são comentários apenas “superficiais”.

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