Militares teriam pedido mudanças no chamado teste de integridade, que é feito no dia da eleição
Militares que participam da fiscalização do sistema eletrônico de votação veem como insuficientes até agora as mudanças adotas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para ampliar a transparência e a confiança nas eleições.
Em razão disso, o Ministério da Defesa tenta modificar o formato de um teste que os militares consideram fundamental para assegurar a segurança e o funcionamento correto das urnas, o chamado teste de integridade. Ele consiste numa votação simulada, realizada desde 2002 pela Justiça Eleitoral, como forma de certificar que as urnas contam corretamente os votos digitados.
No modelo atual, a testagem ocorre no dia da votação nos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) para onde urnas sorteadas na véspera do pleito são levadas. Lá, em ambiente de “laboratório”, servidores digitam os votos registrados antes em cédulas de papel. Ao fim, a contagem da urna é comparada com a das cédulas.
Os militares acham que a votação paralela do teste deve ocorrer, no entanto, em condições reais. Por isso, propuseram que o teste de integridade seja realizado na própria seção eleitoral com a instalação de uma segunda urna apenas para os testes. E, além disso, os eleitores deveriam ser convidados a participar, o que garantiria, na visão deles, o ritmo real de votação.
De acordo com a proposta, após os eleitores votarem na cabine oficial, eles seriam chamados a destravar a urna-teste com a própria biometria e, em seguida, dispensados. A partir daí, servidores da Justiça procederiam à votação paralela como fazem hoje.
No entanto, de acordo com o jornal O Estado de São Paulo, técnicos do TSE contestam a proposta da Defesa. Para eles, os moldes do teste de integridade, como pensado pelos militares, pode gerar “confusão”. Programadores da Corte também ponderam que o ambiente da seção eleitoral é mais tumultuado, sujeito a interferências, para receber um exame tão preciso.