Ex-presidente da Fiesp negou ter assinado documento lido na última quinta-feira em ato na Faculdade de Direito da USP
Ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf denunciou fraude envolvendo seu nome em carta “em defesa da democracia”. O empresário disse que sua assinatura foi incluída no documento da Faculdade de Direito da USP de forma fraudulenta.
“Confirmo que não assinei. Fraudaram minha assinatura. Soube ontem à noite”, afirmou Skaf à CNN Brasil.
Skaf soube da presença de seu nome na “Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito” na última sexta-feira 12, um dia depois do evento de leitura do documento, em São Paulo.
Em nota, a Faculdade de Direito da USP confirmou que Skaf foi incluído como apoiador da carta e que retirou o nome do empresário. De acordo com a universidade, os dados utilizados para o cadastro estavam corretos e vieram do número de IP do computador do empresário.
Os organizadores da carta ainda declararam que vão comunicar formalmente à polícia sobre o caso de Skaf.
Além de ter presidido a Fiesp, Paulo Skaf foi candidato ao governo de São Paulo em três oportunidades, em 2010, 2014 e 2018. Depois de passagens por PSB e MDB, hoje o empresário é filiado ao Republicanos.
Ato em São Paulo
Divulgado como um evento apartidário, o ato de leitura da “carta pela democracia” na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo registrou atos políticos pró-Lula na última quinta-feira 11. O evento teve a presença de sindicatos, coletivos de minorias, professores e advogados membros do Prerrogativas.
Apesar de não mencionar o presidente Jair Bolsonaro (PL), a papelada defende as urnas eletrônicas, fala em “risco às instituições” e tece elogios aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O documento foi assinado por petistas, tucanos, banqueiros, juristas e alguns integrantes da classe artística.