Em comunicado, o Banco Central da República Argentina (BCRA) confirmou a elevação nesta quinta-feira (11) da taxa básica de juros no país, das Letras de Liquidez (Leliq) de 28 dias, de 60% a 69,5%.
De acordo com o BC da Argentina, a avaliação foi de que se fez necessário “acelerar o processo de normalização da estrutura de taxas de juros ativas e passivas da economia, a fim de aproximá-las do terreno positivo em termos reais”.
O BCRA diz que a alta dos juros contribuirá para reduzir as expectativas de inflação no restante deste ano e consolidar a estabilidade financeira e cambial.
No comunicado, o BC diz que continuará a calibrar a taxa de juros no âmbito do processo de normalização em andamento, com “especial atenção” para como evolui o nível geral dos preços e a dinâmica no mercado cambial.
O BCRA comenta também que a taxa da Leliq para 180 dias foi fixada abaixo daquela para 28 dias, o que significa que ele espera “uma desaceleração do processo inflacionário”.
De acordo com o BC, após dois meses em que a inflação mostrou tendência de baixa, os preços aceleraram em julho, num contexto de maior volatilidade financeira em nível local. Isso afetou de modo negativo as expectativas de inflação, o que levou o BCRA a decidir subir os juros nesta quinta-feira, diz o comunicado. A inflação no país pode superar 90% neste ano, segundo analistas.
O presidente da Argentina e líder da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), Alberto Fernández, convidou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, para um debate sobre o futuro da “integração latino-americana”.
A Celac é um organismo internacional formado por 33 países. Como explica o jornalista e escritor Leonardo Coutinho, é uma espécie de Organização dos Estados Americanos (OEA) — mas sem os Estados Unidos. A entidade recebeu o apoio da China, que já participou de alguns encontros.
O convite de Fernández a Lula tem dois motivos: o primeiro, mera questão ideológica. Ambos os políticos estão vinculados ao populismo que impera na América Latina. O segundo, questão financeira. Isso porque o presidente Jair Bolsonaro (PL) formalizou, em janeiro de 2020, a suspensão do Brasil na Celac. O chefe do Executivo não vê com bons olhos a participação de ditaduras na organização, como Venezuela, Cuba e Nicarágua.
“Sem sede, orçamento ou pessoal, a Celac é, por enquanto, mais um centro de ativismo que um órgão multilateral, como seus entusiastas tentam fazer parecer”, escreveu Coutinho, no Twitter. “Para ditadores como Nicolás Maduro, Miguel Díaz-Canel e Daniel Ortega, o evento é um palanque para suas queixas e propagandas.”