Com tom político, manifesto em São Paulo reuniu representantes da sociedade civil e movimentos sindicais
Divulgado como um evento apartidário, o ato de leitura da “carta pela democracia” na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo registrou atos políticos pró-Lula nesta quinta-feira, 11. O evento registrou a presença de sindicatos, coletivos de minorias, professores e membros do Prerrogativas.
Apesar de não mencionar o presidente Jair Bolsonaro (PL), a papelada defende as urnas eletrônicas, fala em “risco às instituições” e tece elogios aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O documento foi assinado por petistas, tucanos, banqueiros, juristas e integrantes da classe artística.
Em frente à universidade, militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto gritavam palavras de ordem contra o governo federal. Carregando um mega fone, uma das lideranças disse que Bolsonaro é contra as “pessoas pobres”.
Nas dependências da faculdade, alguns manifestantes foram vistos exibindo mensagens contra Bolsonaro e outros com material de apoio a Lula. Algumas paredes da Faculdade de Direito tinham adesivos “contra o racismo e a fome”.
Em faixas no átrio dos arcos, os estudantes puseram cartazes com os dizeres: “Ditadura nunca mais” e “Democracia sem fome”.
Discurso de “carta pela democracia” apresentou tom político
Durante os discursos, Celso Campilongo, diretor da Faculdade de Direito da USP, disse que “o vencedor das eleições é o povo brasileiro”. Reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Júnior, também falou aos presentes.
O ex-ministro da Justiça José Carlos Dias leu a primeira carta, chamada “Em defesa da democracia e da justiça”, que tem como signatárias 107 entidades, entre associações empresariais, universidades, ONGs e centrais sindicais. O manifesto foi liderado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
“A estabilidade democrática, o respeito ao Estado de Direito e o desenvolvimento são condições indispensáveis para o Brasil superar os seus principais desafios. Esse é o sentido maior do 7 de Setembro neste ano”, afirmou Dias em trecho da leitura.
Do lado de fora da faculdade, no centro de São Paulo, um grupo de pessoas se reuniu, com bandeiras de movimentos sindicais dominando as manifestações.