Temer afasta ideia de apoiar PT: “Me chamam de golpista”

Ex-presidente avaliou que MDB deve seguir com candidatura própria

As esperanças do Partido dos Trabalhadores (PT) por um eventual apoio do MDB no primeiro turno devem terminar frustradas. Em declaração neste domingo (24), o ex-presidente Michel Temer, que é uma das principais lideranças emedebistas, indicou afastamento da legenda após a ex-presidente Dilma Rousseff reagir mal a uma fala dele chamando-a de “honestíssima”.

Segundo Dilma, o emedebista tenta aliviar sua “inconteste condição de golpista” ao tecer elogios a ela. A ex-líder do Planalto sofreu um impeachment em 2016, e Temer, que era vice-presidente à época, assumiu o cargo de chefe do Executivo. Desde então, vem sendo acusado de promover um golpe contra sua ex-parceira de chapa.

Em entrevista à jornalista Andréia Sadi, do portal G1, Temer avaliou a fala de Dilma como “violenta” e “grosseira”.

“A grave acusação que fiz foi chamá-la de honesta. Eles mandam emissários, mas como vamos apoiar se eles falam que é golpe? Se falam que a reforma trabalhista, que eu fiz, é escravocrata? Querem destruir com meu governo”, completou.

Na última semana, o emedebista já havia se queixado dos ataques do ex-presidente Lula e seu partido às reformas econômicas que ele promoveu.

“O ex-presidente Lula fala em todo momento em “golpe”, que a reforma trabalhista foi coisa de escravocrata, que o teto de gastos prejudicou o país. Então, como eu vou dizer que eu vou apoiar alguém que quer destruir um legado positivo para o nosso país?”, assinalou na ocasião.

Ainda neste domingo, Temer também avaliou que seu partido deverá seguir trabalhando para lançar uma candidatura própria, tendo como cabeça de chapa a senadora Simone Tebet. A cerimônia de oficialização de sua candidatura ocorrerá na próxima quarta-feira (27).

“Pelo que tenho ouvido, o partido quer seguir com candidatura própria, não vejo condições para o apoio no primeiro turno”, analisou.

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