Um projeto de lei prevê multa para quem criar animais domésticos, e a polícia tem realizado prisões de quem passeia nas ruas com cachorros
Os bichinhos de estimação, como cães e gatos, são comuns no cotidiano dos indivíduos e estão presentes em diversos momentos da vida das pessoas.
No entanto, essa realidade pode ser alterada na República Islâmica do Irã, dado que um projeto de leís do país pretende criminalizar a criação de animais de estimação.
O projeto de lei, que pode ser aprovado em breve pelo Parlamento iraniano, prevê a necessidade de uma autorização emitida por uma comissão especializada para ter um pet em casa.
Sobre o assunto
A proposta prevê uma multa no valor mínimo de 800 dólares, aproximadamente R$ 4,3 mil, para “importação, compra e venda, transporte e manutenção” de animais comuns, como gatos, cachorros e coelhos.
O projeto denominado “Proteção dos Direitos do Público contra os Animais” tem causado debates acerca da validade da decisão, uma vez que animais de estimação existem no país há décadas. As informações são da BBC.
A polícia, recentemente, anunciou que andar nas ruas com cachorros é crime, e afirma que a proibição é para garantir a “segurança pública”.
De acordo com a República Islâmica, animais são impuros e, para o regime teocrático, cães representam a “ocidentalização” no país.
Na cidade de Teerã, capital do país, sair para passear com seu animal de estimação pode levar a problemas sérios, como a prisão.
Essa realidade tem gerado insegurança nos donos de pets que se esforçam para proporcionar um lar seguro para os bichos.
Fatores externos e econômicos
A proposta de acabar com a relação de convivência harmônica entre pessoas e seus bichos também está vinculada a fatores econômicos que a nação enfrenta.
O Irã lida com sanções de países ocidentais, o que fez com que, por mais de três anos, as autoridades locais proibissem a importação de alimentos para animais de estimação, visando preservar as reservas de moeda estrangeira do país.
O plano de restringir a criação de pets, aliás, não é novo. Conforme o presidente da Associação Veterinária do Irã, Payam Mohebi, as primeiras propostas do tipo surgiram há mais de uma década, “quando um grupo de parlamentares iranianos tentou aprovar uma lei para confiscar todos os cães e entregá-los a zoológicos ou deixá-los em desertos”.
“Ao longo dos anos, eles mudaram isso algumas vezes e até discutiram punição corporal para donos de cães. Mas o plano deles não chegou a lugar algum”, explicou Mohebi.