Em relatório divulgado nesta segunda (11), autoridades classificaram incidente como grave; investigações continuam
Um avião da empresa sueca Norwegian Air Sweden com quase 180 pessoas a bordo ficou a um metro de colidir com o solo durante uma manobra de aterrissagem no aeroporto de Paris, na França, de acordo com um relatório divulgado na última segunda-feira (11) pela agência de investigação da aviação civil local. O incidente foi considerado como grave pelas autoridades.
A aeronave, um Airbus A320 com 178 pessoas a bordo – 172 passageiros e seis tripulantes – havia decolado de Estocolmo, na Suécia, na manhã de 23 de maio e era emprestada por uma companhia de Malta. Ao iniciar o movimento para aterrissar no aeroporto Charles de Gaulle, o mais movimentado da capital francesa, os pilotos não perceberam que estavam em rota de colisão com o solo.
Segundo a Agência de Investigação e Análise pela Segurança da Aviação Civil da França (Bureau d’Enquêtes et d’Analyses pour la securité de l’aviation civile – BEA), a torre de controle do aeroporto havia passado instruções incorretas de pressão atmosférica para o avião. Com isso, o Airbus – que não tinha contato visual com a pista por conta do mau tempo – realizou o procedimento de descida 85 metros abaixo do indicado, sem que os equipamentos indicassem os níveis incorretos.
A mesma instrução errônea havia sido enviada para um outro voo minutos antes. Os pilotos, porém, corrigiram as configurações sem questionar a torre de controle e pousaram em segurança. Em ambos os casos, a torre de controle se comunicou com os voos em inglês. Na conversa com um voo da Air France instantes depois, as instruções foram passadas corretamente.
No caso dos pilotos do A320, a decisão foi a de arremeter o pouso. No momento em que o piloto automático foi desativado e o avião começou a subir, ele estava a apenas 1,8 metro de distância do solo, sobre um campo a pouco mais de um quilômetro da cabeceira da pista. Em uma segunda tentativa, a tripulação conseguiu corrigir visualmente as falhas e pousar 15 minutos depois.
A investigação do BEA deve continuar para apurar a não-ativação do alarme do sistema de alerta e alerta de impacto (TAWS, na sigla em inglês), as configurações do sistema de alerta de altitude de segurança mínima do aeroporto Charles de Gaulle e outros casos parecidos que podem ter acontecido recentemente.
Procurada pela reportagem, a Norwegian Air Sweden afirmou que está “comprometida com a operação segura” e que todas as companhias com que possui contratos de arrendamento com tripulação – quando uma empresa cede temporariamente uma aeronave e pelo menos um tripulante – seguem todas as normas de segurança da Europa.