PT entra na Justiça contra Braga Neto por “ameaça às eleições”

Pré-candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL) teria dito que “sem auditoria dos votos não haverá eleições”

A bancada do PT na Câmara dos Deputados entrou com uma ação na Justiça contra o ex-ministro da Defesa e pré-candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL), Walter Braga Netto (PL), por supostas ameaças ao pleito deste ano. Durante uma palestra na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), no dia 24 de junho, o general teria dito a empresários que “sem auditoria dos votos não haverá eleições”.

A notícia-crime protocolada no Ministério Público do Distrito Federal é encabeçada pela presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), e pelo líder do partido na Câmara, deputado Reginaldo Lopes. Os parlamentares pedem que seja instaurada uma investigação criminal contra Braga Netto e que sejam adotadas medidas penais, cíveis e administrativas cabíveis.

Para os petistas, a fala de Braga Netto é “uma ameaça grave à independência do Poder Judiciário e de seus integrantes, especialmente da Corte Eleitoral, bem como um ataque às instituições republicanas e à ordem democrática nacional” e “representa uma postura ultrajante, desrespeitosa, ofensiva e criminosa”. Solicitam, também, que a Justiça peça à Firjan as imagens e gravações do evento.

Na petição, o PT afirma que o general cometeu incitação ao crime com uma ação para atrair “os radicais seguidores dos pré-candidatos portadores de discursos de ódio e todos os seus adeptos que já demonstraram em diversas oportunidades o desprezo pela ordem democrática, a Constituição Federal e as suas instituições”.

Braga Netto, segundo o partido, deixou “transparecer de forma cristalina o interesse em incentivar publicamente condutas contrárias à lei e à ordem”. A bancada alega ainda “que o general há tempos, de forma sistemática, tem ameaçado a democracia e o sistema eleitoral brasileiro. Nesse contexto, a oposição cita episódios em que teria condicionado a realização das eleições deste ano à implantação do voto impresso.

Na representação, o PT também aponta que Braga Netto fez as declarações dois dias antes de ser oficializado como pré-candidato a vice na chapa de Bolsonaro.

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