Mais de 50 migrantes morreram tentando cruzar a fronteira dos EUA com México
As autoridades texanas revelaram que os migrantes encontrados mortos dentro de um caminhão no estado tinham tempero de carne espalhado pelo corpo para disfarçar o próprio cheiro e despistar a patrulha na fronteira.
Segundo os investigadores, é provável que os traficantes tenham imaginado que, em razão do forte calor que a região registrava e da falta de ar-condicionado no caminhão, o cheiro dos migrantes poderia chamar atenção das patrulhas.
O veículo foi encontrado pelos policiais na última segunda-feira (27) em San Antonio, a cerca de 250 quilômetros da fronteira entre Estados Unidos e México. Ao todo, eram 67 migrantes, dentre os quais 51 morreram e apenas 16 sobreviveram. Eles eram provenientes do México, Honduras, Guatemala e El Salvador.
O caso está sendo apurado pela divisão de Investigações de Segurança Interna do Serviço de Imigração e Alfândega (Ice) norte-americano, com a colaboração da Procuradoria-Geral e a Chancelaria mexicana. Até o momento, três pessoas foram presas, incluindo o motorista, que tentou simular ser um dos migrantes sobreviventes.
O episódio já figura entre as tragédias mais mortais entre aqueles que tentam cruzar a fronteira entre os Estados Unidos e o México nas últimas décadas. Em 2017, dez pessoas morreram depois de ficarem presas dentro de um caminhão estacionado em um Walmart em San Antonio. Em 2003, 19 pessoas foram encontradas em um caminhão a sudeste da cidade.