Pró-aborto, presidente da Câmara dos EUA recebe comunhão no Vaticano

Deputada Nancy Pelosi havia sido proibida de comungar em igrejas de sua cidade, São Francisco, em razão do ativismo

Simpática à causa do direito do aborto nos Estados Unidos, Nancy Pelosi, atual presidente da Câmara, recebeu a comunhão, durante missa nesta quarta-feira, 29, no Vaticano. Segundo a agência de notícias Associated Press, a deputada do Estado da Califórnia foi recebida pelo papa Francisco antes da celebração e recebeu uma benção.

Em maio, a deputada do Partido Democrata havia sido proibida de comungar em igrejas da sua cidade, São Francisco, em decisão do arcebispo local, Salvatore Cordileone. Em carta, o religioso explicou a medida em razão do apoio público de Pelosi à causa do aborto, argumentando que o ativismo é incompatível com a rotina católica.

Pelosi criticou nos últimos dias a reversão do entendimento federal sobre o direito ao aborto, anunciado pela Suprema Corte do país em 24 de junho. A presidente da Câmara se referiu à decisão como “cruel” e deu sinais de que estava preparando uma reação no Congresso para tentar modificar a decisão.

Como fica o aborto nos EUA

A Suprema Corte dos EUA decidiu reverter a legislação do país referente ao direito ao aborto em âmbito federal. O principal tribunal do país endossou uma lei do Estado do Mississippi que proíbe o aborto depois de 15 semanas de gravidez, impactando o cenário de saúde reprodutiva do país.

Com a anulação da lei de 1973, conhecida como Roe vs. Wade, agora a legalidade do aborto vai ficar sob responsabilidade dos Estados, que já vinham se preparando nas últimas semanas para adaptar a questão conforme entendimento local.

A revisão da lei acontece em um raro momento de maioria conservadora na composição da Suprema Corte, depois que o ex-presidente Donald Trump indiciou três membros para o tribunal durante o seu mandato. Dois deles sucederam a juízes publicamente simpáticos ao direito ao aborto.

A intenção de revisão da lei sobre o direito ao aborto vazou da Suprema Corte no começo de maio. Desde então, o debate esquentou no país, com constantes protestos nas ruas, envolvendo simpatizantes das duas partes.

Fonte: Revista Oeste

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