Um satélite de observação da Terra – que recebe o mesmo nome do nosso planeta – detectou uma nuvem considerada “peculiar” pelos cientistas da NASA pairando sobre o Mar Cáspio no fim de maio.
Localizado entre o sudeste da Europa e o oeste da Ásia, o Mar Cáspio é o maior corpo de água fechado e interior do mundo em área, e, embora seja chamado de “mar” devido à sua dimensão, trata-se de um imenso lago.
Segundo a NASA, os cientistas observaram a nuvem estratocumulus enquanto ela se movia em direção ao continente, dissipando-se logo em seguida. Essa foi uma grande oportunidade para os pesquisadores aprenderem mais sobre esse tipo de nuvem.
De acordo com o site Space.com, nuvens do tipo estratocumulus tendem a ser agrupadas em baixas altitudes na atmosfera, como esta, que foi vista a cerca de 1.500 metros acima da superfície da Terra.
O que realmente chamou a atenção nas novas imagens capturadas pelo Espectroradiômetro de Imagem de Resolução Moderada (MODIS) do satélite Terra, no entanto, foram suas bordas fortemente pronunciadas.
“Bordas afiadas são frequentemente formadas quando o ar seco e quente proveniente dos continentes colide com ar úmido mais frio sobre o oceano, e a nuvem se forma nessa fronteira”, disse Bastiaan van Diedenhoven, cientista atmosférico do Instituto Holandês de Pesquisa Espacial (SRON).
Além disso, é incomum ver esse tipo de nuvem no leste europeu, que não tem uma área oceânica. O surgimento desta nuvem em particular sobre o Mar Cáspio pode ser explicado pelo tamanho do corpo de água, provavelmente.
“Muitas vezes, você vê esse tipo de nuvem na costa oeste da África, mas em escalas muito maiores”, acrescentou Van Diedenhoven, sugerindo que a nuvem poderia ter se formado quando o ar mais quente e seco que possivelmente veio dos Balcãs (a área ao redor da Grécia) atingiu ar mais frio e úmido sobre o Mar Cáspio.
Algumas horas após ter sido detectada na manhã de 28 de maio, a nuvem estratocumulus começou a se dispersar. À tarde, havia se movido para noroeste até a costa da Rússia, perto de Makhachkala, nos sopés das Montanhas do Cáucaso. Pouco tempo depois, já não existia mais sinal dela.
A espaçonave Terra é uma missão extremamente longa de observação do planeta, tendo sido lançada em dezembro de 1999 e continuando a operar em boa saúde.
Uma vantagem de longas missões, como o satélite Terra, é que elas permitem que os pesquisadores rastreiem mudanças no ambiente do planeta usando os mesmos sensores, o que permite a consistência da medição.
No início do ano, a líder científica da missão na NASA, Katherine Calvin, disse que a agência está trabalhando em um plano mais abrangente para atualizar sua frota de satélites mais antigos, como o próprio Terra, o Aqua (lançado em 2002) e o Aura (lançado em 2004).