Assim como Bolsonaro, Biden deve pedir ao Congresso para cortar impostos sobre gasolina

Governo quer suspender temporariamente tributos federais e estaduais para tentar diminuir preço final ao consumidor

O presidente Joe Biden deve pedir nesta quarta-feira, 22, ao Congresso dos Estados Unidos a suspensão temporária de impostos sobre a gasolina e o diesel. A medida tem intenção de aliviar o consumo dos norte-americanos, diminuindo os preços nas bombas em meio a uma alta histórica do setor.

Segundo a imprensa norte-americana, a política valeria por três meses, afetando tributos federais e estaduais. Os Estados Unidos lidam com a maior taxa de inflação em 40 anos e veem a crise econômica abalar a confiança no atual governo, em ano de eleições para o Congresso, em novembro.

Na semana passada, pela primeira vez a média de gasolina ultrapassou US$ 5 por galão — na conversão para o sistema métrico, o preço do litro seria de R$ 6,82, na cotação atual. No entanto, nos últimos dias, os preços apresentaram leve recuo.

Segundo a emissora NBC, o governo deseja suspender o imposto federal de 18 centavos de dólar por galão de gasolina. Adicionalmente, a administração federal vai pedir aos Estados que suspendam seus tributos.

A principal razão para os aumentos de preços de combustíveis são os efeitos econômicos da guerra entre Rússia e Ucrânia. Alvos de sanções internacionais pela participação no conflito, os russos são um dos maiores exportadores de petróleo do mundo. A crise afetou globalmente o setor, com elevação de preços e escassez em vários pontos do planeta.

Caso seja aprovado pelo Congresso, o plano de suspensão proposto pelo governo Biden deve custar cerca de US$ 10 bilhões aos cofres públicos. No entanto, a expectativa é que os preços do galão ao consumidor final possam cair pelo menos US$ 1.

Em paralelo à ação no Congresso, a Casa Branca convidou os CEOs de sete companhias locais de petróleo para uma reunião nesta semana para discutir maneiras de aumentar a capacidade de produção e reduzir os preços dos combustíveis.

No Brasil

A Câmara dos Deputados aprovou o texto-base do projeto que limita as alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) sobre combustíveis, energia elétrica, transportes, comunicações e gás natural.

Pela proposta, os itens passam a ser classificados como “bens essenciais”, e o teto do imposto estadual deve variar entre 17% e 18% (a depender da localidade). O Rio de Janeiro, por exemplo, tem uma alíquota do tributo para energia acima de 30%.

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