Responsável pela prisão do ex-ministro concedeu liminar obrigando presidente a usar máscara
O juiz federal Renato Borelli, responsável pelo mandado de prisão do ex-ministro Milton Ribeiro, nesta quarta-feira (22), já tomou decisões contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em junho de 2020, auge da pandemia no Brasil, o magistrado concedeu uma liminar que obrigava o chefe do executivo a usar máscaras em locais públicos de Brasília, sob pena de uma multa diária de R$ 2 mil.
A determinação de Borelli atendeu a uma ação civil pública movida por um advogado do Distrito Federal. Na época, o uso de máscaras era obrigatório na cidade. A decisão do juiz acabou derrubada na sequência por um desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), que tem sede em Brasília.
O presidente Jair Bolsonaro comentou, na manhã desta quarta-feira (22), a prisão preventiva do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro. Em entrevista concedida à rádio Itatiaia, o chefe do Executivo afirmou que a detenção é um sinal de que ele não interfere na Polícia Federal e de que a corporação “está agindo”.
“O caso do Milton, pelo que eu estou sabendo, é aquela questão que ele estaria com uma conversa meio informal demais com pessoas de confiança dele. E daí, houve denúncia que ele teria buscado prefeito, gente dele para negociar, para liberar recurso, isso e aquilo. O que acontece: nós afastamos ele. Se tem prisão, é Polícia Federal. É sinal que a Polícia Federal está agindo”, declarou.
Em outro ponto da entrevista, Bolsonaro disse que, caso o ex-ministro seja considerado culpado, ele “vai pagar” por seus atos. De acordo com o presidente, o governo não compactua com práticas ilegais.
“Se tiver algo de errado, ele vai responder, se for inocente, sem problemas; se for culpado, vai pagar. O governo colabora com a investigação. A gente não compactua com nada disso. Agora, não sei qual a profundidade dessa investigação. No meu entender não é aquela orgânica, porque nós temos os compliances nos ministérios”, apontou.