Manuela D’Ávila deixou eleições por “desunião da esquerda”

Ex-deputada desistiu de concorrer ao cargo de senadora em 2022

A ex-deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB) falou, nesta sexta-feira (17), sobre os motivos que a levaram a desistir de disputar as eleições este ano. A ativista afirma que tomou tal decisão devido à “desunião da esquerda” no estado do Rio Grande do Sul, onde ela concorreria ao cargo de senadora.

“A unidade é importante para garantir competitividade e a derrota dessas forças que tornam minha vida inviável pessoal e politicamente. Além disso, diante da violência, a unidade é capaz de proteger a vítima. Disputar sem essa coesão nos torna mais vulneráveis”, assinalou, em entrevista à Folha de S. Paulo.

No RS, se enfrentarão nas urnas os pré-candidatos de esquerda ao Senado, Edegar Pretto (PT), Beto Albuquerque (PSB) e Pedro Ruas (Psol).

D’Ávila também cita como outro fator que teria contribuído para sua desistência as ameaças direcionadas a ela e sua família.

“Hoje são ameaças que envolvem estímulo à violência, a partir dos discursos de ódio. Não é uma lógica de enfrentamento às ideias, mas de extermínio de quem pensa diferente”, declarou.

A ex-parlamentar ainda relata que já cogitou se “exilar” com sua família.

“Não é fácil acordar de manhã, como aconteceu 1 ano atrás, e ver a sua filha de 5 anos ser ameaçada de estupro. Qualquer pessoa na minha condição cogitaria isso”, assinalou.

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