“Se existe equipamento, existe falha”, diz presidente do Instituto Voto Legal
O engenheiro Carlos Rocha, presidente do Instituto Voto Legal, afirmou que as urnas podem ser fraudadas. A empresa foi contratada pelo PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, para auditar as eleições deste ano. O chefe do Executivo anunciou esta medida no mês passado.
Rocha disse que todo equipamento eletrônico tem risco de invasão, não havendo nenhum perfeito.
“Sim, [a urna] é passível de fraude, em tese. Do ponto de vista de ataque, todo equipamento eletrônico tem risco de invasão. Não existem equipamentos perfeitos, que não tenham erros. Se existe equipamento, existe falha eletrônica. Se existe programa, existe erro. Se existem pessoas envolvidas, existem falhas humanas e intenções malignas”, disse em entrevista ao portal R7 nesta sexta-feira (10).
O engenheiro defendeu que a intenção da auditoria é tão somente dar mais transparência ao pleito eleitoral, bem como identificar oportunidades de melhoria no sistema.
“A nossa missão é procurar trazer o máximo de informação para tranquilizar a todos sobre o processo eleitoral brasileiro”, afirmou.
Ainda sobre a vulnerabilidade de qualquer equipamento eletrônico, Rocha aponta que 95% das quebras nascem de falhas humanas.
“Além de quase 70% [das invasões em sistemas] nascerem dentro das organizações, estatísticas apontam para em torno de 95% das quebras nascerem de falhas humanas. Ou seja, a tecnologia não é infalível, não é perfeitamente assertiva. Por isso, a importância da auditoria para comprovar a assertividade estatística”, argumentou.
Ao ser questionado sobre como vê a participação das Forças Armadas no pleito eleitoral, Rocha diz achar positivo.
“A criação da comissão e a participação das Forças Armadas nessa comissão é positiva. A questão é que os militares não são apenas militares, há os militares engenheiros, militares cientistas, militares especializados na área de segurança da informação, enfim, e são justamente esses militares técnicos que estão discutindo o pleito com o TSE”, pontuou.
O engenheiro garantiu ainda que jamais houve ataque ao sistema eleitoral por parte dos militares integrantes da comissão.
“Eu posso lhe garantir que ninguém desse grupo [dos militares que fazem parte da comissão] jamais teve ou tomou qualquer medida para atacar o sistema eleitoral. Foram contribuições técnicas e pertinentes de pessoas cuja intenção é melhorar o pleito”, completou.