IBGE diz não conseguir incluir identidade de gênero e orientação sexual no Censo

Determinação para realizar perguntas partiu da Justiça Federal

Em nota divulgada nesta quinta-feira, 9, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que não vai conseguir incluir perguntas sobre identidade de gênero e orientação sexual no Censo 2022, como determinou a Justiça Federal do Acre.

De acordo com o instituto, faltam menos de dois meses para o começo da operação e não há prazo para mudar o sistema de perguntas “com técnica e metodologia responsáveis e adequadas — muito menos com os cuidados e o respeito que o tema e a sociedade merecem.” O IBGE informa ainda que a discussão e elaboração dos questionários para o censo atual começaram em 2016.

Na semana passada, o juiz Herley da Luz Brasil, da 2ª Vara Federal Cível e Criminal do Acre, determinou liminarmente a inclusão das questões no Censo 2022. Segundo a decisão, “a omissão que o Estado brasileiro, historicamente, tem usado em desfavor da população LGBTQIA+ é relevante e precisa ser corrigida.”

A ação é movida pelo Ministério Público Federal (MPF).

O IBGE afirma que inserir as perguntas em cima da hora “seria ignorar a complexidade e o rigor de uma operação censitária do porte continental da brasileira.”

O Censo 2022 populacional amplo será realizado neste ano, depois de adiamentos causados pela pandemia da covid-19. Normalmente, o período de pesquisa feita pelo IBGE é no começo de cada década. O último levantamento ocorreu em 2010.

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