Senador pede que Barroso explique falas sobre Forças Armadas e eleições

Em abril, o ministro do STF afirmou que os militares estavam sendo orientados a “desacreditar” o sistema eleitoral

O senador Lasier Martins (Podemos-RS) apresentou um requerimento para que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso preste esclarecimentos sobre declarações envolvendo as Forças Armadas e as eleições deste ano. O pedido foi protocolado em 26 de abril.

Para o senador, “não compete e nem convém” que um ministro do STF faça críticas às Forças Armadas. O senador criticou, ainda, outros pronunciamentos políticos recentes do magistrado.

“Quem não se lembra que, há dois meses, o ministro Barroso participou de um evento em Austin, no Texas, em que se tratava do tema ‘como livrar-se de um Presidente da República’, matéria nitidamente de teor político? Um mês depois, em Boston, também houve uma matéria de manifestação sobre inimizades com o Presidente da República”, disse Lasier na última terça-feira.

No último dia 27 de abril, Barroso afirmou que as Forças Armadas são orientadas a atacar o processo eleitoral brasileiro. O ministro não citou quem seria o responsável pela suposta orientação. O pronunciamento de Barroso aconteceu durante videoconferência transmitida pela universidade Hertie School, de Berlim, na Alemanha.

“Desde 1996 não tem um episódio de fraude no Brasil. Eleições totalmente limpas, seguras e auditáveis. E agora se vai pretender usar as Forças Armadas para atacar? Gentilmente convidadas a participar do processo, estão sendo orientadas para atacar o processo e tentar desacreditá-lo?”, disse Barroso.

Senador Lasier Martins também criticou os posicionamentos políticos de Barroso | Foto: Agência Senado

Críticas ao ministro

Membros das Forças Armadas também se pronunciaram a respeito das declarações do ministro do STF. O ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, qualificou a fala como “irresponsável”.

“Afirmar que as Forças Armadas foram orientadas a atacar o sistema eleitoral, ainda mais sem a apresentação de qualquer prova ou evidência de quem orientou ou como isso aconteceu, é irresponsável e constitui-se em ofensa grave a essas Instituições Nacionais Permanentes do Estado brasileiro. Além disso, afeta a ética, a harmonia e o respeito entre as instituições”, diz trecho da nota emita por Oliveira.

Em sua conta no Twitter, no último dia 25 de abril, o general da reserva Paulo Chagas afirmou que Barroso incorreu em crime militar.

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