Plataforma chegou a ser bloqueada no Brasil por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes
O Telegram suspendeu o “super grupo B-38 oficial”, um dos principais grupos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) na plataforma, com cerca de 67 mil integrantes. Os membros também foram responsáveis por organizar as manifestações do último 7 de setembro.
Usuários que tentarem ingressar ou visualizar as mensagens do grupo, que é público, encontram o aviso de que a empresa deu tempo aos moderadores para removerem mensagens após alguns usuários terem postado “conteúdo ilegal”.
“Desculpe, este grupo foi temporariamente suspenso para dar tempo aos moderadores para limpeza, depois que alguns usuários postaram conteúdo ilegal. Nós vamos reabrir o grupo assim que a ordem for reestabelecida”, informa o aviso, originalmente em inglês.
O grupo foi criado por militares da reserva no Recife (PE) para apoiar a campanha de Bolsonaro em 2018.
Bloqueio da plataforma
A medida do Telegram ocorre depois de a plataforma ser intimada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a assumir o compromisso na moderação de conteúdos dos usuários. Segundo o TSE, o intuito seria “combater a desinformação”.
No último dia 18 de março, a plataforma chegou a ser bloqueada no país por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O magistrado estipulou multa de R$ 500 mil caso os responsáveis pelo aplicativo não cumprissem ordens anteriores do próprio ministro no inquérito da fake news — o que incluiu a retirada do ar de publicação do presidente Jair Bolsonaro (PL) que questionava a lisura das urnas eletrônicas.
À época, Bolsonaro chamou a decisão de “inadmissível”.
O fundador do Telegram, Pavel Durov, pediu desculpas ao STF horas após a decisão e disse em seu canal que um problema técnico impediu a plataforma de receber notificações judiciais do Brasil. Depois do apelo, a decisão de bloqueio foi revertida.