Marco Aurélio defende Daniel Silveira e faz críticas a Lula

Ex-ministro do STF participou de debate no Centro Brasileiro de Relações Internacionais

Em debate nesta terça-feira (19), o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, manifestou-se contra medidas cautelares impostas ao deputado federal Daniel Silveira por parte de seu ex-colega na Corte, o ministro Alexandre de Moraes. Ele também expressou preocupação em relação a falas do ex-presidiário Lula, e sugeriu que a Suprema Corte pode ter “ressuscitado” o petista politicamente visando tentar frear a reeleição do presidente Jair Bolsonaro.

As declarações de Marco Aurélio Mello ocorreram em evento promovido pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI). Na ocasião, ele considerou que as medidas cautelares contra Silveira representam um “desrespeito” à imunidade parlamentar.

“Vejo, no processo crime aludido ao deputado federal, um obstáculo muito sério de desrespeito à imunidade, como, por exemplo, a tornozeleira que lhe foi imposta. Não foi como pena, foi uma medida cautelar a um congressista. É difícil de conceber”, avaliou, segundo informações do Metrópoles.

O ex-magistrado também expressou sua visão sobre a recuperação dos direitos políticos do ex-presidiário Lula.

“Tivemos um caso de processos findos em que se aceitou a incompetência territorial do órgão julgador e se ressuscitou um candidato, quem sabe, para fazer frente a uma candidatura à reeleição. Ressuscitou-se alguém que já estava, inclusive, cumprindo pena”, declarou ele.

Ele ainda reprovou falas de Lula envolvendo a classe média, a revogação da reforma trabalhista e a regulação dos meios de comunicação, proposta considerada pelo ex-ministro como “totalitária”.

“Penso que um candidato que se diz de um partido dos trabalhadores já cogitou uma marcha à ré quanto à reforma implementada. Como também cometeu um ato falho quando disse que nós, da classe média, temos mais do que merecemos. Como também cometeu um ato falho quando cogitou o controle da mídia. Como? Controlar a mídia? Só se quisermos ter no Brasil uma visão totalitária, maior do que a que se diz que pode estar a reinar no cenário hoje em dia”, pontuou.

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