Deputado disse que ingressou com representação após fala de Tarcísio sobre “pacto” de São Paulo com o crime organizado
O deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) ingressou com uma representação no Ministério Público de São Paulo contra o ex-ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas (Republicanos), após o ex-chefe da pasta federal, que é pré-candidato ao governo de São Paulo, afirmar que o estado teria um “pacto com o crime organizado”.
Em um vídeo publicado em suas redes sociais, Frota falou sobre a denúncia e afirmou que o objetivo da representação é que Tarcísio prove as acusações que fez contra o sistema de segurança pública paulista.
“Estou entrando com uma representação contra o Tarcísio, exigindo dele que prove, que apresente provas concretas, que a polícia de São Paulo, tanto a Militar quanto a Civil, o Ministério Público e também a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo tenham acordo com o crime organizado, o que não é verdade”, disse.
Alexandre Frota ainda atacou Tarcísio utilizando o argumento de que o ex-ministro não é de São Paulo e que ele não teria o “DDD” paulista. Entretanto, apesar da reclamação, Frota também não é paulista, e nasceu no Rio de Janeiro, a exemplo de Tarcísio. Já no texto da denúncia, o deputado federal também acusou o ex-ministro de aparecer “poucas vezes” em São Paulo.
“Cabe repetir que o denunciado [Tarcísio] deve estar totalmente desinformado da situação paulista, o mesmo poucas vezes vem ao nosso estado, tanto a trabalho como em visitas para turismo. O ex-ministro denunciado faz acusações levianas e desinformadas a respeito do combate ao crime em São Paulo e quer subir em palanque acusador de forma criminosa”, alegou Frota.
DECLARAÇÃO DE TARCÍSIO
O ex-ministro da Infraestrutura e pré-candidato ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse durante uma entrevista concedida na última sexta-feira (1°) ao portal Money Report que o estado “fez um pacto com o crime organizado” para não combatê-lo. Para Tarcísio, essa opção foi feita por causa do “efeito colateral”.
“E por que se optou por não combater? Por que crime organizado dá efeito colateral e ninguém quer o efeito colateral do combate ao crime”, destacou.
De acordo com o ex-ministro, ao promover o combate ao crime organizado, há “morte policial, queima de ônibus, assalto ao banco, aumento da percepção de insegurança”. A declaração foi dada por Tarcísio enquanto ele falava sobre seus planos para a área de segurança no estado.
Ainda segundo o ex-chefe da pasta de Infraestrutura, a segurança pública do estado de São Paulo “ruiu”. Ele ainda destacou que o problema de não se promover um combate ao crime organizado é que ele “cresce, se infiltra no poder e acaba se tornando força política”.