Ex-ministro defende ‘unidade suprapartidária’ contra Bolsonaro
O ex-ministro José Dirceu (PT), condenado no petrolão, comemorou ontem os seus 76 anos em um jantar na casa do seu advogado, Roberto Podval, em Brasília. Cerca de 100 pessoas participaram.
O objetivo de Dirceu é conseguir apoios para a candidatura de Lula à Presidência. As articulações do ex-ministro começaram faz tempo. Em novembro do ano passado, Dirceu foi recebido para um almoço na casa do ex-senador tucano Aloysio Nunes. À mesa, também o ex-ministro Artur Virgílio Neto (PSDB), um dos responsáveis pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
No encontro, Dirceu defendeu uma “concertação em defesa da democracia”. Dois meses depois, Aloysio Nunes se reuniu com o próprio Lula. O tucano conta que, encerrada a conversa, Lula recomendou que recorresse a Dirceu caso tivesse dificuldade de localizá-lo para articulações.
Ainda naquele mês, Dirceu se reuniu com o ex-senador catarinense e ex-ministro Jorge Bornhausen, crítico do PT ao tempo em que foi do DEM. Nas palavras de Bornhausen, tiveram uma conversa agradável e respeitosa, mas sem consequência: “Sempre tivemos bom relacionamento”.
Ainda em Santa Catarina, Dirceu se encontrou com o ex-deputado Jorge Boeira, que não só votou pelo impeachment de Dilma, como também pela cassação do mandato de Dirceu como deputado federal. “‘Passou. Vamos discutir o Brasil daqui para a frente’”, contou Boeira, sobre Dirceu.
Condenações
Em 2012, no processo do mensalão, o ex-ministro da Casa Civil no governo Lula foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a mais de 7 anos, pena que foi extinta em 2015. Ele ficou um ano na cadeia. Em agosto de 2015, foi preso preventivamente por determinação do juiz Sergio Moro, no processo do petrolão.
Em junho de 2016, Moro condenou Dirceu pela primeira vez, a 20 anos e 10 meses de prisão. Em março de 2017, Moro condenou o petista pela segunda vez, a 11 anos e três meses de prisão.
Dois meses depois, o STF concedeu habeas corpus, permitindo que ele aguardasse o julgamento dos recursos em liberdade. Em maio de 2018, com o recurso negado, foi preso novamente. Em junho, o STF voltou a conceder liminar em habeas corpus para que Dirceu aguardasse em liberdade o julgamento.