Compreender o comportamento do sistema imunológico é um dos grandes desafios da medicina. É ele que faz cada corpo reagir diferente aos sintomas da mesma doença e desvendar esse comportamento é fundamental para prever, por exemplo, as reações de vacinas e até mesmo sua taxa de eficácia. Para analisar se um medicamento pode funcionar, atualmente são feitos testes, primeiro em animais e depois em humanos, para constatar a segurança e eficácia. No entanto, e se um chip que representa um sistema imunológico pudesse facilitar esse processo?
Basicamente é isso que um grupo de cientistas da Universidade de Harvard estão desenvolvendo. Chamados de Organ Chip, esses dispositivos possuem células humanas cultivadas em sue interior. Com isso, eles formaram de forma natural linfóides funcionais, estruturas do corpo humano responsáveis pelo controle das respostas imunes. A junção de diferentes células pode gerar uma resposta imune em cadeia completa do corpo ao entrar em contato com um antígeno.
“Os animais têm sido os modelos de pesquisa padrão ouro para desenvolver e testar novas vacinas, mas seus sistemas imunológicos diferem significativamente do nosso e não preveem com precisão como os humanos responderão a eles. Nosso chips oferecem uma maneira de modelar a complexa coreografia de respostas do sistema imunológico à infecção e vacinação, e pode acelerar significativamente o ritmo e a qualidade da criação de vacinas no futuro”, disse o autor principal do estudo Girija Goyal, cientista sênior da equipe do Wyss Institute de Harvard.