Surgem as primeiras imagens do que restou daquele que foi o maior avião do mundo, o Antonov An-225, antes de ser destruído no hangar onde se encontrava. Sem sombra de dúvidas, esta é uma das notícias mais tristes da história da aviação.
Reforçando o que dissemos quando mostramos quais são os cinco maiores aviões do mundo, a destruição do Antonov An-225 Myria não se compara à perda de vidas humanas, ou ao desastre econômico da guerra. Ela é mais uma demonstração importante do quanto há de tragédias na história da humanidade e de suas criações em situações tão tristes e injustificáveis.
O jato de carga gigante parece em grande parte destruído, com seu nariz, asas e alguns de seus motores seriamente danificados. Há partes que parecem intactas, mas não se sabe até que ponto. Uma imagem de satélite de alguns dias atrás sobre o aeroporto Hostomel, nas imediações de Kiev, capital da Ucrânia, mostra como a cauda do An-225 ainda está no lugar, por exemplo.
Russos e ucranianos se acusam mutuamente pela destruição da aeronave. Um segundo exemplar, em construção, já havia sido destruído dias antes. Criado em 1988 como parte do programa espacial soviético, o Antonov An-225 Mriya (“sonho” em russo e ucraniano) era o avião mais pesado a sair do chão e o maior cargueiro do mundo, superando de longe a concorrência.
O Antonov An-225 Mriya foi construído como parte do programa soviético espacial em 1988. Foi encomendado para transportar o Buran, um veículo da União Soviética criado para viajar no espaço. Enquanto o avião foi feito na Ucrânia, o ônibus espacial foi feito na Rússia.
A aeronave tinha 84 metros de comprimento, 88 metros de envergadura e 175 toneladas sem carga, podendo transportar 250 toneladas no compartimento de cargas. O gigante contava com seis motores turbofans Ivchenko-Progress D-187 e possuía velocidade máxima de 850 km/h.