Na ONU, Brasil critica sanções e fornecimento de armas dos EUA e europeus à Ucrânia

“Não podemos ignorar o fato de que essas medidas aumentam os riscos de um confronto mais amplo e direto entre a OTAN [Organização do Tratado Atlântico Norte] e a Rússia”, completou

Na reunião que determinou uma convocação extraordinária da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) para esta segunda-feira (28), o embaixador brasileiro no órgão, Ronaldo Costa Filho, reafirmou o voto do Brasil condenando o conflito, mas alertou que sanções econômicas de Europa e Estados Unidos mais o envio de armas para a Ucrânia podem piorar a situação.

“O fornecimento de armas, o recurso a ciberataques e a aplicação de sanções seletivas, que podem afetar setores como fertilizantes e trigo, com forte risco de aumentar a fome, acarretam o risco de agravar e espalhar o conflito e não de resolvê-lo”, afirmou Costa Filho na reunião sobre convocação do Conselho de Segurança da ONU.

“Não podemos ignorar o fato de que essas medidas aumentam os riscos de um confronto mais amplo e direto entre a OTAN [Organização do Tratado Atlântico Norte] e a Rússia”, completou, segundo informações do Itamaraty.

“É nosso dever, tanto no Conselho quanto na Assembleia Geral, parar e reverter essa escalada. Precisamos nos engajar em negociações sérias, de boa fé, que possam permitir a restauração da integridade territorial da Ucrânia, garantias de segurança para a Ucrânia e a Rússia e estabilidade estratégica na Europa”, destacou o representante brasileiro.

Costa Filho comentou ainda a posição externada pelo Brasil, na sexta-feira (25), ao apoiar uma resolução que critica a “agressão” russa contra a Ucrânia no Conselho de Segurança da ONU. Na ocasião, o embaixador brasileiro também reforçou a defesa de uma solução pacífica para o impasse.

“Votámos a favor do projeto de resolução perante o Conselho, apesar das dúvidas quanto ao seu calendário e à sua contribuição para alcançar a paz. Essas dúvidas derivam, em última análise, de nosso compromisso inflexível de respeito e interesse em defender a Carta e o próprio papel do Conselho de Segurança”, afirmou.

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Fonte: Sputnik

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