O presidente também emitiu uma advertência ao Ocidente
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta quinta-feira (24) o início de uma operação militar no leste da Ucrânia para proteger as pessoas de “abusos e genocídio” por parte do governo ucraniano.
“As repúblicas populares de Donbass abordaram a Rússia com um pedido de ajuda […] Tomei a decisão de realizar uma operação militar especial. Seu objetivo é proteger as pessoas que são submetidas a abusos, genocídio de Kiev durante oito anos, e, para isso, buscaremos desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia e levar à Justiça aqueles que cometeram vários crimes sangrentos contra pessoas pacíficas, incluindo cidadãos russos”, disse Putin em um discurso na televisão.
Putin garantiu que a Rússia não planeja a ocupação de territórios ucranianos, mas que apoia o direito dos povos da Ucrânia à autodeterminação.
“A ocupação de territórios ucranianos não está em nossos planos. Não vamos forçar nada a ninguém”, destacou o governante russo.
Putin também se dirigiu diretamente aos militares ucranianos e pediu-lhes que “depusessem imediatamente as armas e voltassem para suas casas”.
“Todos, todos os militares do Exército ucraniano podem deixar a zona de combate e voltar para suas famílias”, declarou.
Em seu discurso, o presidente russo lembrou ainda o direito das nações à autodeterminação.
“Nem quando a União Soviética foi criada, nem depois da Segunda Guerra Mundial, ninguém perguntou às pessoas que viviam em certos territórios que faziam parte da Ucrânia moderna como eles queriam se estabelecer na vida. A liberdade é a base da nossa política”, afirmou.
“Consideramos importante que todos os povos que residem no território do que hoje é a Ucrânia possam usufruir deste direito, o direito de escolha. Todos aqueles que o desejarem”, acrescentou Putin, após reconhecer na última segunda-feira a independência das autoproclamadas repúblicas separatistas de Donetsk e Luhansk.
Além disso, Putin também emitiu uma advertência ao Ocidente em seu anúncio da ofensiva militar na Ucrânia.
“No que diz respeito à esfera militar, a Rússia moderna é uma das potências nucleares mais fortes agora, mesmo após a desintegração da URSS e a perda de uma parte considerável do potencial nuclear. Além disso, tem certas vantagens em relação às armas de última geração. Nesse sentido, ninguém deve ter dúvidas de que um ataque direto contra a Rússia levará a uma derrota e [a] consequências devastadoras para um potencial agressor”, alertou.