A campanha da ex-secretária de Estado dos EUA Hillary Clinton pagou uma empresa para se infiltrar nos servidores da Trump Tower e da Casa Branca. O objetivo: buscar ligações entre Donald Trump e o governo russo. É o que denunciou o advogado especial dos EUA, John Durham, na semana passada.
A revelação pôs Clinton contra a parede. Antes e durante o mandato de Trump, a democrata e seu partido acusaram o republicano de conluio com a Rússia para vencer as eleições. A um custo de US$ 32 milhões, uma investigação feita a pedido da esquerda concluiu em 2019 que Trump não conspirara com o país.
A denúncia contra Hillary Clinton
Durham, que iniciou uma nova etapa do inquérito que mirava em Trump, apresentou documentos contra o advogado de campanha de Hillary, Michael Sussmann. Ele é acusado de mentir para o FBI em uma reunião de setembro de 2016, quando mostrou uma papelada que supostamente comprovava comunicações secretas entre Trump e o Banco Alfa, com sede na Rússia.
Para obter as informações acerca de Trump, Sussmann teria contratado Rodney Joffe, dono de várias empresas de tecnologia — tendo uma delas prestado serviço à Casa Branca no passado. A pedido de Sussmann, Joffe invadiu computadores das Organizações Trump e coletou arquivos pessoais para criar uma versão segundo a qual o republicano e a Rússia eram parceiros.
Em 31 de outubro de 2016, Hillary chegou a publicar um tuíte: “Os cientistas da computação, aparentemente, descobriram um servidor secreto que liga as Organizações Trump a um banco russo”. Hillary cobrou explicações do adversário. “É hora de Trump responder a perguntas sérias sobre seus laços com a Rússia”, pediu a democrata, ao listar “questionamentos” a Trump.
Governo Trump
A invasão teria ocorrido ainda durante o mandato de Trump. Joffe supostamente obteve mais informações sobre o então presidente acessando computadores do Executivo. Na segunda-feira 14, um porta-voz de Joffe disse em um comunicado que, “ao contrário das alegações, o Sr. Joffe é um especialista apolítico em segurança da internet com décadas de serviço ao governo dos EUA, que nunca trabalhou para um partido político”.
Suposto conluio com a Rússia
A pedido do Partido Democrata, o procurador especial Robert Mueller iniciou, em 2017, uma investigação para saber se Trump havia conspirado com a Rússia para ganhar as eleições. Dois anos depois, contudo, Mueller concluiu que a acusação era falsa: “As evidências não são suficientes para estabelecer que o presidente cometeu obstrução da Justiça”.
Em 2021, o promotor federal John Durham se tornou advogado especial para investigar as acusações do advogado de Hillary Clinton, Michael Sussmann. A partir daí, a acusação de conluio de Trump se voltou contra o Partido Democrata.