Declaração foi dada em evento de assinatura de portaria que concede reajuste para professores da educação básica
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse nesta sexta-feira, 4, que os professores e profissionais da educação não podem ser usados apenas “como uma massa de manobra político-eleitoral”. “Chega”, disse ele.
A declaração foi dada em um evento no Palácio do Planalto que marcou a assinatura da portaria que concede reajuste de 33% para os professores da educação básica.
Segundo o ministro, a medida é uma ação direta que “respeita o profissional e dá a ele um ganho a mais”. O aumento é definido pelo governo federal, mas quem paga a folha salarial dessa categoria são os Estados e os municípios.
O reajuste determinado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) tem desagradado a governadores e prefeitos. A Confederação Nacional de Municípios fala que o valor coloca os entes locais “em uma difícil situação fiscal”.
“Chega de usar os professores e os profissionais de educação apenas como uma massa de manobra político-eleitoral. Está na hora de ações diretas e uma ação direta é essa que respeita o profissional e dá a ele um ganho a mais dentro dessa situação, e foi isso que, sob orientação do nosso presidente, nós fizemos”, disse o ministro.
Milton Ribeiro criticou governos anteriores pelo foco na criação de universidades e instituições de ensino superior. Segundo ele, a educação básica é o mais importante.
“A educação básica é o alicerce para que possamos ter uma nação equilibrada, com progresso. Como se constrói a casa pelo alicerce. Gestões anteriores, políticas anteriores festejavam iniciar a obra pelo telhado, com universidade e institutos, que são importantes, mas não são os mais importantes”, afirmou.
O ministro aproveitou para rebater governadores e prefeitos e garantiu que não faltam recursos, e que o governo federal pode socorrer, eventualmente, um gestor que não consiga cumprir esse montante.
“Me lembro, pouco antes do final do ano, ter sido procurado por alguns prefeitos e até governadores com dificuldades, devido ao montante de recursos para a educação que tinham de usar. E me perguntaram o que a gente pode fazer? Aí foram bônus, computadores, então, os recursos existem”, garantiu.