Cartórios poderão ser proibidos de registrar gênero “não binário” em certidões de nascimento de menores de 18 anos

Projeto de lei do deputado estadual Filippe Poubel está em tramitação na Alerj

O Diario Oficial desta terça-feira (02/02) traz o projeto de lei 5293/2022, que proíbe os cartórios de registrar menores de 18 anos com sexo diferente do masculino ou feminino no Estado do Rio de Janeiro. A proposta apresentada pelo deputado Filippe Poubel (PSL) na Assembleia Legislativa (Alerj) é uma reação à recente decisão da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, em parceria com a Justiça Itinerante do Tribunal de Justiça, que autoriza pessoas, que não se identificam como homem ou mulher, a alterar suas certidões de nascimento diretamente nos cartórios para “não binaries”.

O objetivo, segundo Filippe Poubel, é impedir a imposição do gênero não binário aos menores de idade, pois ainda não possuem discernimento e amadurecimento necessários para tomada de decisão tão impactante em suas vidas.

Ainda de acordo com o projeto de lei, a proibição não pode ser alterada ainda que com o consentimento dos pais, mesmo que expressa e formalmente. “Devemos assegurar o direito de crianças e adolescentes serem o que são e não pré-classificá-los em heterossexuais, homossexuais ou transexuais para adequá-los ao que se é aceito por parte da sociedade”, justifica Filippe Poubel.

O deputado destaca que o projeto de lei não cerceia o direito ao livre desenvolvimento da personalidade do indivíduo e sua identificação de gênero.

Medida ocorre devido a uma ação da Defensoria Pública do Rio de Janeiro em parceria com a Justiça Itinerante do Tribunal de Justiça

“Não podemos permitir que adultos, muitas das vezes influenciados por modismos, antecipem etapas do amadurecimento e construção da personalidade de uma criança. Creio em Deus e a ciência demonstra que existem apenas dois gêneros, masculino e feminino. A simples identificação da criança ou adolescente com o universo do sexo oposto não a classifica como apta para mudar o gênero, receber tratamento hormonal ou até mesmo sofrer uma intervenção cirúrgica irreversível”, defende Filippe Poubel.

O deputado bolsonarista também é autor de um outro projeto de lei (3893/2021) que proíbe a terapia hormonal para menores de 18 anos, nas redes estadual e privada de saúde, e veda a cirurgia de redesignação sexual para menores de 21 anos.

Por Juliana Oliveira

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