Antes de não ir à PF, Bolsonaro reclama de ‘interferências no Executivo’

Segundo Bolsonaro, o governo federal sempre jogou com aquilo que ele jurou respeitar por ocasião da posse, a Constituição

Em evento no Palácio do Planalto nesta sexta-feira, 28, o presidente Jair Bolsonaro fez um rápido histórico do seu governo e disse que o poder Executivo sofreu as mais variadas “interferências”.

A declaração foi dada pouco antes dele não ir à Polícia Federal (PF) prestar depoimento, conforme havia determinado o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

“Enfrentamos também outras atribulações. Interferências no Executivo, as mais variadas possíveis”, disse o presidente, pela manhã.

“Sempre, da nossa parte, jogando com aquilo que nós temos e com aquilo que nós juramos respeitar por ocasião da nossa posse, a nossa Constituição”, completou.

Moraes havia intimado Bolsonaro a depor hoje, às 14h, no inquérito que apura o vazamento de investigação sigilosa da PF sobre ataque hacker às urnas eletrônicas.

Mas a Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu ao Supremo pedindo reconsideração ou, caso não fosse aceito, que o recurso fosse submetido ao plenário do STF, a fim de que fosse reformada a decisão do ministro.

O governo afirmou que “ao agente político é garantida a escolha constitucional e convencional de não comparecimento em depoimento em seara investigativa”.

Mas Moraes disse que, diferentemente do que aponta o recurso, o presidente “concordou expressamente com seu depoimento pessoal”.

O inquérito foi aberto para investigação a divulgação feita por Bolsonaro, em redes sociais, de dados e documentos sigilosos de um inquérito não concluído sobre ataques ao sistema do TSE.

O presidente da República chegou a publicar um link com a íntegra do inquérito sigiloso, que a Polícia Federal não tinha concluído. O documento diz que um hacker teve acesso ao código-fonte da urnas eletrônicas em 2018.

Na ocasião, o TSE disse que o acesso indevido aos sistemas da corte não representou qualquer risco à integridade das eleições de 2018.

Isso porque, segundo o tribunal, o código-fonte dos programas utilizados passa por sucessivas verificações e testes, aptos a identificar qualquer alteração ou manipulação e que nada de anormal ocorreu.

Anteriormente, a Advocacia-Geral da União já sustentou que Bolsonaro não divulgou documentos sigilosos da investigação. O argumento do órgão é o de que os documentos não estavam sob sigilo à época em que foram divulgados em live realizada em agosto de 2021.

Fonte: Revista Oeste

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