Barroso diz que redes liberaram “traficantes de notícias falsas”

Ministro ainda criticou manifestações de 7 de setembro do ano passado, classificada por ele como um “atraso”

Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Luís Roberto Barroso declarou, em um artigo, que o avanço das mídias sociais permitiu “o aparecimento de verdadeiras milícias digitais, terroristas verbais e traficantes de notícias falsas que disseminam o ódio, mentiras e teorias conspiratórias”.

“A verdade é que a revolução digital e a ascensão das mídias sociais permitiram o aparecimento de verdadeiras milícias digitais, terroristas verbais que disseminam o ódio, mentiras, teorias conspiratórias e ataques às pessoas e à democracia. Alguns se apresentam como jornalistas, mas são traficantes de notícias falsas’, declarou.

Na publicação, feita no blog IberICONnect, da Revista Internacional de Direito Constitucional, Barroso ainda criticou indiretamente o presidente Jair Bolsonaro ao dizer que atos protagonizados pelo presidente, como as manifestações do dia 7 de setembro do ano passado e o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, representaram um “atraso” que “rondou nossas vidas”.

“A democracia brasileira viveu momentos graves nos últimos tempos. Alguns deles: comício na porta do quartel-general do Exército, com pedidos de intervenção das Forças Armadas no processo político […]; ameaças de invasão e fechamento do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e de descumprimento de decisões judiciais”, afirmou.

O ministro também afirmou que o país viveu “uma aposta no atraso” ao ver “a uma absurda campanha que pregava a volta ao voto impresso, com contagem pública manual” e reclamou do que chamou de “esforço de trazer descrédito para o processo político democrático”.

“De novo, uma aposta no atraso. Uma volta ao tempo de fraudes, em que urnas desapareciam, outras apareciam com mais votos do que eleitores, e mapas eram manipulados em favor de gente desonesta. Felizmente, o Congresso Nacional, com altivez, rejeitou a mudança para pior, que trazia a suspeita de intenções sombrias de desrespeito ao resultado eleitoral”, completou Barroso.

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