A identidade de um animal antigo vem gerando controvérsia na comunidade científica: descoberto em julho de 2015 no Brasil, o fóssil do “Tetrapodophis amplectus” foi originalmente classificado como uma “cobra de quatro patas”, que seria uma espécie de elo perdido na evolução dos animais. Porém um segundo estudo, publicado recentemente pela Universidade de Toronto-Mississauga (UTM), no Canadá, afirma que se trata, na verdade, de um tipo muito antigo de lagarto.
E a coisa não para por aí, pois os autores do estudo mais recente não pouparam críticas à primeira pesquisa, medindo poucas palavras para elucidar como a resposta original não corresponde à ciência de fato.
“Eu fiquei muito bravo de ver esse tipo tão pobre de ciência ser publicado em um jornal científico de primeira linha”, disse Robert Reisz, professor de Biologia da UTM e autor primário do paper atual. “Assim que a publicação original saiu, em 2015, nós fizemos ‘um escarcéu’ para garantir acesso direto ao espécime e, finalmente, pudemos estudá-lo. E basicamente fizemos – direito – um trabalho de detetive que nos levou à conclusão muito mais plausível de que (o animal) não é uma cobra, mas sim um lagartinho”.