Casal fez caminhada de mais de 700 quilômetros para pedir fim da impunidade
Nesta terça-feira (28), os pais da menina Beatriz Angélica Mota, assassinada com 42 facadas, terminaram uma caminhada feita para pedir justiça. Eles caminharam mais de 700 quilômetros e chegaram até Recife (PE) para pedir que o governador Paulo Câmara (PSB) tome providências. A caminhada teve início no último dia 5, em Petrolina (PE).
Beatriz tinha 7 anos e foi morta em uma escola particular de Petrolina, em 2015.
“Não toleramos mais impunidade”, disse Lúcia Mota, mãe da vítima.
Ela e o pai da menina, Sandro Romilton, foram recebidos, por volta das 16h, pelo governador de Pernambuco. Antes de conseguir entrar, o casal teve que passar um tempo negociando a entrada na sede do governo.
“São seis anos esperando, aguardando as promessas que não foram cumpridas. Por isso, nós caminhamos. Caminhamos por amor a Beatriz, caminhamos para que o governador se sensibilize como filho, como pai, como esposo, e que atenda nosso pedido que é tão simples e é uma obrigação do estado”, contou Lúcia.
A reunião com o governador também contou com a presença de três deputadas, uma vereadora e um representante da Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE).
O caso
Beatriz Angélica foi morta a facadas em 10 de dezembro de 2015, aos 7 anos, após desaparecer dentro do colégio onde estudava. Ela estava com a família na unidade, para a formatura da irmã mais velha.
A morte da menina, brutalmente assassinada, com 42 perfurações provocadas por uma faca de cozinha, completou seis anos e segue sem solução.
A família da menina é de Juazeiro, no norte da Bahia, mas o pai trabalhava em uma escola particular de Petrolina (PE), cidade vizinha a Juazeiro. Angélica Beatriz e a irmã estudavam na mesma unidade de ensino. Foi lá que ela foi morta.
Às 22h08 de 10 de dezembro de 2015, a menina se afastou dos pais e foi até o bebedouro do colégio e desapareceu. Posteriormente, foi encontrada morta em um depósito da instituição de ensino.
“Todo dia eu vivo o dia 10 de dezembro de 2015. É angustiante, dói na carne, nos ossos, não ter Beatriz do nosso lado, não poder sentir o cheiro. É como se faltasse a minha vida. Tirar um filho de uma mãe já é difícil, mas da forma que foi tirada, é muito cruel, é covardia destruir a vida de uma criança de 7 anos”, fala Lúcia Mota, mãe de Beatriz.
São seis anos de uma caminhada incansável e dolorosa para dos pais de Beatriz na busca por Justiça pelo assassinato da filha. O caso continua sendo investigado pela Polícia Civil de Pernambuco, mas até hoje não foi solucionado.
A família decidiu fazer uma investigação paralela com uma equipe especializada e encontrou provas que podem ajudar nas investigações e chegar aos criminosos que interromperam a vida da criança.
A família obteve a informação que a polícia identificou e prendeu um suspeito de ter cometido o crime, mas os pais da menina não acreditam que essa pessoa seja o verdadeiro assassino.
“A gente chama de bode expiatório. A pessoa que não tinha nada a ver, só porque tinha uma semelhança física com o suspeito real. Na nossa investigação particular paralela, nós temos algumas pessoas que nos ajudam, e conseguimos antever essa manipulação da Polícia Civil de Pernambuco. Nós não queremos que um inocente pague por um crime que não cometeu”, revela Sandro Romildo, pai de Beatriz.