Menino se apresentou à polícia nesta terça-feira (28) em Jaú, SP. Ele vai ficar na Delegacia da Infância e Juventude e depois vai para a Fundação Casa de Araraquara, SP.
O adolescente de 14 anos suspeito de jogar uma bomba dentro de uma casa e matar a menina Aylla Manuella Ribeiro da Piedade, de 4 anos, em Barretos (SP), foi apreendido na tarde desta terça-feira (28) em Jaú (SP).
De acordo com a delegada responsável pelo caso, Juliana Paiva, do 3º Distrito Policial, o menino estava na casa de familiares e se apresentou na Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Jaú depois de saber de um mandado de apreensão contra ele.
A delegada confirmou que o adolescente se encontra à disposição da Justiça na Delegacia de Infância e Juventude (Diju) de Jaú e deve passar por audiência de custódia.
Depois, o menino deverá ser encaminhado à Fundação Casa de Araraquara (SP), onde ficará internado provisoriamente por pelo menos 45 dias, conforme mandado expedido pela Justiça. Ele vai responder por ato infracional análogo a homicídio.
Na segunda-feira (27), a delegada Juliana Paiva havia dito que a mãe do garoto se comprometeu a apresentá-lo na delegacia até sexta-feira (31), acompanhada de advogados.
O menino aparece nas imagens de uma câmera de segurança arremessando a bomba na direção da casa de Aylla.
Segundo a delegada, o adolescente sabia que dentro da residência havia pessoas e, mesmo assim, assumiu o risco de continuar arremessando o explosivo.
Ele não tinha passagens policiais, mas estava escondido desde sábado (25), data do crime, por medo de represálias e linchamento.
De acordo com o boletim de ocorrência, após a morte da menina, um grupo de 30 moradores incendiou a casa do suspeito, localizada no Jardim Oriente, por volta das 5h30 do domingo.
O imóvel, ainda de acordo com o registro policial, teve danos de grande proporção, mas não há informações de feridos.
A polícia, por meio de um inquérito, investiga se há relação entre o ataque e a morte da criança.
Vizinhos pediram para grupo não jogar bomba
Em depoimento à polícia, vizinhos e familiares de Aylla disseram que pediram para o grupo onde o adolescente estava parar de jogar bombas nas ruas.
Eles afirmaram que desde sexta-feira (24) os garotos estavam brincando com os explosivos.
No entanto, as solicitações foram ignoradas pelos meninos, que continuaram a brincadeira no sábado até o momento do acidente.
Após ser atingida no peito e na nuca pela bomba no quarto dela, Aylla chegou a receber atendimentos na Santa Casa na noite de sábado, mas não resistiu e morreu na madrugada de domingo (26).
O corpo dela foi velado em Barretos na segunda-feira e levado a Primavera (PA), onde foi sepultado.