Bolsonaro: ‘É um direito das pessoas se vacinarem ou não’

Em live nas redes, presidente criticou ‘passaporte da vacina’ e afirmou que governo ‘evitou catástrofe’ com auxílio emergencial

O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar o chamado “passaporte da vacina”, comprovante de vacinação contra a covid-19 exigido por vários países para a entrada de viajantes do exterior. O documento é alvo de uma queda de braço entre o governo federal — contrário à medida — e Estados como São Paulo, por exemplo.

Mais cedo, Bolsonaro já havia subido o tom contra o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que deu um prazo até o dia 15 de dezembro para que o Ministério da Saúde autorize a exigência do passaporte da vacina nos aeroportos do país.

Na live transmitida pelas redes sociais, Bolsonaro também criticou a decisão de algumas empresas de demitirem funcionários que não estiverem vacinados.

“Você vai demitir um cara casado, com filhos… Esse cara vai viver do quê? É um direito das pessoas se vacinarem ou não”, afirmou o presidente da República.

“O governo de São Paulo está na iminência de baixar um decreto sobre o passaporte de vacina”, prosseguiu Bolsonaro. “Que negócio é esse? Que medidas são essas? Vejo alguns políticos, pelo que parece, que estão mais preocupados com o lobby das vacinas.”

“Nós demos vacina para quem quisesse tomar. Nós não negamos vacinas para ninguém. Agora, respeitem quem não queira tomar vacina.”

Auxílio Brasil

Ao lado do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, Bolsonaro destacou o início do pagamento do Auxílio Brasil, novo programa social que sucede o Bolsa Família.

“O antigo Bolsa Família pagava, em média, R$ 192. Hoje em dia, ninguém vai receber menos que R$ 400 a partir de amanhã”, disse. “Isso vale para o ano que vem, e é um programa que foi transformado em permanente.”

Bolsonaro criticou o que chamou de “política do ‘fique em casa e a economia a gente vê depois’”. “Nós gastamos centenas de bilhões de reais para que os hospitais fossem aparelhados. Isso foi feito. O objetivo era aparelhar os hospitais. E, mesmo assim, continuaram com o lockdown“, afirmou Bolsonaro.

“Sabemos que o vírus mata, lamentamos todas as mortes no Brasil, mas a fome também mata”, continuou o presidente. Segundo Bolsonaro, o governo federal evitou “uma catástrofe” graças ao pagamento do auxílio emergencial durante a pandemia.

Abusos do STF

Na live, Jair Bolsonaro reiterou suas críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente ao ministro Alexandre de Moraes, sem citar o nome do magistrado.

“Sabemos que tem um outro lá dentro que nem sempre toma decisões adequadas ou baseadas na nossa Constituição”, disse. “Mas tudo se renova. Renova no Poder Executivo, se renovam deputados, senadores e também ministros do STF”, completou.

Sobre a indicação do ex-ministro da Justiça André Mendonça para o STF, aprovada pelo Senado, Bolsonaro afirmou: “Ele tem conhecimento jurídico extraordinário”.

CPI da Covid

Durante a live, o chefe do Executivo também criticou o senador Omar Aziz (PSD-AM), que foi presidente da CPI da Covid no Senado.

“Uma das broncas do Omar Aziz na CPI em cima de mim foi que eu barrei uma emenda dele”, acusou. “Ele queria que governadores e prefeitos comprassem vacina de qualquer lugar do mundo sem certificação da Anvisa e sem licitação. Que tal comprar qualquer bagulho para ele?”, ironizou Bolsonaro.

“Olha quem estava na CPI. Omar Aziz, acusado de desviar milhões da área da Saúde no Amazonas”, prosseguiu o presidente.

Bolsonaro disse ainda que o atual governo está “completando três anos sem denúncias de corrupção”.

“A CPI do circo de Renan Calheiros, Omar Aziz e Randolfe Rodrigues nada fez no tocante ao combate à corrupção”, criticou. “Ao contrário, muitas vezes tentaram acobertar coisas que aconteceram. Muito está sendo apurado pela CPI do Rio Grande do Norte”, concluiu Bolsonaro, referindo-se à comissão parlamentar instaurada na Assembleia Legislativa do Estado.

Com informações da Revista Oeste

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