O legislador do estado norte-americano da Virgínia, Ibraheem Samirah, se surpreendeu ao saber todos os detalhes das informações que a Amazon coletou sobre ele através do assistente de voz Alexa. Segundo o que foi divulgado por Samirah, que estudou questões de privacidade na Internet e debateu como regulamentar a coleta de dados pessoais das empresas de tecnologia, a gigante do comércio eletrônico tinha mais de mil contatos de seu telefone, registrou exatamente qual parte do Alcorão ele havia ouvido em 17 de dezembro de 2020, além de saber todas as pesquisas que ele havia feito em sua plataforma e outras pesquisas delicadas relacionadas à saúde que ele pensava serem privadas.
A Amazon coleta dados sobre os consumidores por meio de sua assistente de voz Alexa, das compras em seu marketplace, dos leitores eletrônicos Kindle e da sua plataforma de música. Assim, a empresa reúne uma vasta gama de informações sobre seus clientes. No início do ano passado, após tentar e não conseguir derrotar uma medida judicial que exigia a divulgação de tais informações mediantes solicitação dos consumidores, em 2018, na Califórnia, a empresa passou a disponibilizar os dados. E foi assim que Samirah teve acesso a todas as informações.
A Amazon diz que seus produtos são projetados para registrar o mínimo possível, começando apenas quando a palavra “Alexa” é acionada, parando quando termina o comando do usuário. Samirah, que pediu à Amazon para divulgar os dados que coletou sobre ele como consumidor a pedido da agência de notícias Reuters, no entanto, informou que, às vezes, o serviço capturava conversas mais longas, mesmo quando não deveria estar ativado.