A apresentadora Fátima Bernardes iniciou a atração diária “Encontro”, nesta sexta-feira (5), se dizendo “indignada” com as declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre a pandemia da Covid-19, na quinta-feira (4). Separando trechos pontuais da fala do presidente, a comunicadora criticou a postura de Bolsonaro e pediu “piedade” à população.
“Ouço isso com muita tristeza. Isso não tem a ver com política, gente. Isso tem a ver com piedade, solidariedade, respeito à dor alheia. Não tem a ver com uma questão política”, iniciou.
André Curvello, que estava ao seu lado, completou: “Nem com ideologia partidária”.
O motivo da censura da Global, segundo ela, teria sido as declarações de Bolsonaro, afirmando que a população estaria fazendo “mimimi” sobre as mortes causadas pelo coronavírus.
“Nós temos que enfrentar os nossos problemas. Chega de frescura, de ‘mimimi’. Vão ficar chorando até quando? Temos que respeitar, obviamente, os mais idosos, àqueles que têm doenças, comorbidades. Mas, onde vai parar o Brasil se nós pararmos?”, indagou o presidente sobre medidas restritivas, consecutivamente, impostas por governadores e prefeitos de todo o Brasil.
Fátima que continua trabalhando e recebendo salário, normalmente, resolveu fazer um “desabafo” sobre o discurso do chefe do Executivo em que ele “prioriza” a economia, ao invés da saúde e disse: “É uma questão de você ter um certo estranhamento diante de uma declaração como essa. O que preocupa é ser uma opinião ouvida – porque é do presidente do país – e a questão da desinformação. Ele fala da preocupação com os idosos. Claro que a gente tem que ter essa preocupação, só que nessa segunda onda que chegou antes de a gente se livrar da primeira, o número de pessoas jovens contaminadas é imenso”, disse, acrescentando que idosos não são mais os principais infectados pelo vírus.
Curvello ainda ironizou a fala do presidente, comentando: “Dá para responder um pouco da pergunta do presidente: ‘Onde vai parar?’. Vai parar no cemitério. As pessoas estão ficando desesperadas nos hospitais, porque não tem como atender. Estão morrendo do lado de fora, realmente é um desespero”, concluiu a global.