Advogado de Adélio afirma que trocou celular mais de 20 vezes

Retomada das investigações mira em aparelho telefônico de Zanone Manuel de Oliveira Júnior, que defendeu Adélio

Zanone Manuel de Oliveira Júnior, advogado que atuou na defesa de Adélio Bispo, autor da facada no presidente Jair Bolsonaro, em setembro de 2018, afirmou em entrevista à coluna de Mônica Bergamo, do jornal Folha de São Paulo, que já trocou de celular “mais de 20 vezes” desde o fato. O aparelho do advogado é justamente um dos focos da nova etapa de investigação da Polícia Federal (PF).

As conversas em torno do aparelho do advogado voltaram à tona após a reabertura do inquérito da PF que apura o atentado contra Bolsonaro. A investigação foi retomada após ficar parada por mais de dois anos e meio em razão de uma decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), que concedeu uma liminar favorável a um pedido da OAB que alegava suposta violação do sigilo funcional da defesa.

Na decisão do último dia 3 de novembro, que permitiu a volta das investigações, o TFR-1 entendeu que a quebra de sigilo do advogado não fere a prerrogativa de sigilo profissional, pois a investigação não é sobre a relação entre Zanone e Adélio, mas sobre se existe alguma relação do advogado com os supostos patrocinadores da defesa de Bispo.

Com a volta do inquérito, os policiais agora pretendem analisar tanto os dados do celular do advogado de Adélio, quanto seus dados bancários, para tentar descobrir quem pagou os honorários da defesa, já que o autor da facada contra Bolsonaro não tinha condições de arcar com os custos.

À coluna de Mônica Bergamo, o advogado disse, porém, que não revelará quem o contratou.

“Eu já avisei [a quem pagou] que, quanto à confidencialidade, ela está garantida”, disse ele.

Apesar de não revelar o nome do financiador da defesa de Adélio, Zanone diz que quem o procurou foi uma pessoa ligada a uma igreja frequentada por Bispo e que houve um acerto para o pagamento de R$ 25 mil de honorários, mas apenas R$ 5 mil teriam sido efetivamente pagos.

“Com a confusão que se criou, eu disse, na época, à pessoa que nem precisava pagar o restante”, completou.

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