Lados antagônicos derrubaram tradicionais partidos chilenos da disputa pelo comando do país
Direita e esquerda terão um embate no 2° turno presidencial no Chile, naquela que vem sendo considerada a disputa mais imprevisível desde a redemocratização, em 1990.
Com 99,99% das urnas apuradas, o conservador Jose Antonio Kast, do Partido Republicano, liderava com 27,91% dos votos ante a 25,83% do deputado de esquerda Gabriel Boric, do Convergência Social.
Boric passou a campanha pregando uma mudança no modelo econômico liberal e defendendo bandeiras da esquerda radical, como um novo sistema de aposentadorias que assegure um valor mínimo de 250 mil pesos a todos os maiores de 65 anos, um salário mínimo de 500 mil pesos até 2025, 500 mil novos empregos para mulheres e uma jornada de trabalho de 40 horas semanais.
Já Kast, apostou suas fichas em um discurso de retomada da “ordem, segurança e liberdade” e propõe uma “batalha cultural, ideológica e programática para retomar o caminho da verdadeira dignidade humana e o desenvolvimento”, inspirada pelo que chama de “trinômio República-liberdade-família”.
A disputa demonstra uma mudança na ordem política chilena, já que os dois candidatos que representam os tradicionais partidos chilenos ficaram de fora da disputa. São eles o advogado da direita liberal Sebastián Sichel, que concorre como independente, mas com apoio do governo, e a ex-ministra de Michelle Bachelet, Yasna Provoste, de centro-esquerda.