Mauro Carlesse teria utilizado estrutura policial contra homem que teria denunciado suposto caso envolvendo a primeira-dama
Afastado do governo do Tocantins há pouco mais de um mês por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em razão de uma apuração sobre suposto pagamento de propina e obstrução de investigações, Mauro Carlesse (PSL) teria utilizado a máquina pública para fins nada ortodoxos, de acordo com um inquérito da Polícia Federal (PF).
Segundo a revista Veja, que obteve informações sobre as investigações da PF, Carlesse teria empregado a estrutura estatal na investigação de nada menos do que um suposto caso de infidelidade de sua mulher, a primeira-dama Fernanda Mendonça.
A situação teria sido descoberta após o promotor de eventos de rodeio Ernandes Araújo procurar os agentes da PF para pedir ajuda, apontando ter sido vítima de uma operação que resultou em um flagrante forjado em sua própria casa, fato que o levou a ficar onze dias preso acusado de uso e tráfico de drogas.
Dias antes da operação policial, Ernandes tinha sido apontado como autor de um vídeo que revelava um suposto caso amoroso entre a primeira-dama e o vaqueiro Welisson Barbosa. O tal vídeo mostraria fotos e mensagens trocadas entre Fernanda e o suposto amante. Por ser amigo do vaqueiro, o promoter foi logo considerado autor da gravação, o que ele nega.
A PF então recuperou imagens de câmeras de segurança que mostraram um carro a serviço da Polícia do Tocantins parado nas proximidades da casa de Ernandes, às vésperas do flagrante. Os agentes federais também colheram provas de que a casa de Araújo foi invadida no mesmo dia, provavelmente para plantar as drogas achadas no local.
– Fiquei na prisão e estou pagando por isso até hoje, psicologicamente e também na minha vida profissional. Não consigo arrumar um emprego, já que na minha ficha consta esse flagrante forjado – revelou Ernandes à revista Veja.
Ao contrário do promoter, segundo a revista Veja, Carlesse vive uma vida tranquila e deve retornar de forma confortável ao governo tocantinense no próximo mês de abril, já que, mesmo sendo alvo de um pedido de impeachment, ele conta com o apoio de 22 dos 24 deputados da Assembleia tocantinense.