Ex-líder do ranking mundial, Peng Shuai, de 35 anos, está desaparecida desde que denunciou caso de violência sexual
A Organização das Nações Unidas (ONU) cobrou explicações do governo comunista da China sobre o paradeiro da tenista Peng Shuai, de 35 anos, que está desaparecida desde que acusou o ex-vice-primeiro-ministro do país Zhang Gaoli de abuso sexual.
Peng, que não joga torneios oficiais desde o início da pandemia de covid-19, denunciou o político em um depoimento na rede social Weibo. A notícia foi divulgada pela jornalista japonesa Emily Peng, correspondente do canal TV NPR em Pequim. O conteúdo foi tirado do ar 20 minutos depois de sua publicação.
“Seria importante ter uma prova de onde ela está e saber se está bem. Solicitamos veementemente que uma investigação seja realizada, com total transparência em suas alegações de agressão sexual”, cobrou nesta sexta-feira, 19, Liz Throssell, porta-voz do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos.
Apesar da repercussão mundial sobre o caso, o Ministério das Relações Exteriores do regime chinês permanece em silêncio. O porta-voz do governo, Zhao Lijian, disse hoje a jornalistas que o tema “não é uma questão diplomática” e que ele não estava “ciente da situação”.
A Associação de Tênis Feminino (WTA), por sua vez, ameaçou publicamente retirar a China do circuito profissional da modalidade caso o episódio não seja esclarecido. “Estamos prontos para retirar nosso negócio e enfrentar todas as complicações que surjam, porque isso é mais importante do que o negócio”, anunciou o chefe da WTA, Steve Simons, em entrevista à CNN.
Campeã nas duplas em Roland Garros (2014) e Wimbledon (2013), Peng Shuai disputou seu último torneio em Doha, no Catar, no começo de 2020. A tenista atingiu o topo do ranking da WTA em 2014, terminando o ano na 3ª posição.