Professor ‘gênero não binário’ nega imoralidade em atração sexual por crianças

Para Allyn Walker, desde que não seja posto em prática, o desejo sexual por crianças não é necessariamente errado

Um professor, que se define como alguém de gênero não binário, afirmou que o desejo sexual por crianças não é, necessariamente, imoral. A declaração foi feita durante uma discussão sobre “pessoas atraídas por menores”.

Allyn Walker é um professor universitário de Sociologia e Justiça Criminal na Old Dominion University, na Virgínia, EUA. Em um evento promovido pela organização de proteção às crianças Prostasia Foundation, em novembro, ele afirmou que o abuso sexual infantil “nunca, nunca é ok”, mas defendeu que, desde que não seja posta em prática, a atração sexual por crianças não é necessariamente errada.

“Da minha perspectiva, não há moralidade ou imoralidade ligada à atração por alguém, porque ninguém pode controlar por quem se sente atraído. Em outras palavras, não é por quem somos atraídos que está ok ou não. É o nosso comportamento em responder a essa atração que faz ser ok ou não’, afirmou.

Autor do livro A Long Dark Shadow: Minor-Attracted People and Their Pursuit of Dignity [Uma longa sombra escura: Pessoas com atração por menores e sua busca por dignidade, em tradução livre], Allyn defende que esta expressão seja adotada no lugar de “pedófilo”. Ele reconheceu que a expressão pode sugerir que está tudo bem em sentir-se atraído por crianças, mas argumentou que não é possível rotular alguém totalmente por seus desejos sexuais, uma vez que estes não indicariam nada sobre sua moralidade.

“Muitas pessoas, quando ouvem o termo “pedófilo”, presumem automaticamente que significa um agressor sexual, o que não é verdade. E isso leva a muitos equívocos sobre a atração por menores”, declarou.

Allyn explicou ainda que há pessoas com atração por menores (MAPs, na sigla em inglês) não ofensivos, que não abusam sexualmente de crianças, e argumentou: “Portanto, seus comportamentos são morais, mas eles ainda estão sujeitos à mesma ideia de que são pessoas más e muitas vezes internalizam isso para si próprios”.

As declarações de Allyn causaram uma onda de críticas nas redes sociais, onde internautas acusaram o professor de ser simpatizante de pedófilos e defenderam que a Old Dominion University o demita. No entanto, até o momento desta publicação, ele foi colocado apenas em licença administrativa.

Em nota divulgada pela universidade, o presidente da instituição, Brian O. Hemphill, afirmou que quer declarar, “nos termos mais fortes possíveis, que o abuso sexual infantil é moralmente errado e não possui lugar em nossa sociedade”.

Allyn Walker também se pronunciou em conjunto com a universidade da seguinte forma: “Quero deixar claro: o abuso sexual infantil é um crime imperdoável. Como professor assistente de Sociologia e Justiça Criminal, o objetivo da minha pesquisa é prevenir o crime”.

Fonte: Pleno News

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