Ex-presidente da Casa é suspeito de prática de suposta ‘rachadinha’ em seu gabinete
A polícia do Senado Federal enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR) as informações obtidas durante a apuração preliminar sobre uma suposta “rachadinha” envolvendo o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, Davi Alcolumbre.
Segundo reportagem publicada pela revista Veja, seis mulheres denunciaram o ex-presidente do Senado. Marina Santos, Érica Castro, Lilian Braga, Jessyca Pires, Larissa Braga e Adriana Almeida, moradoras do entorno do Distrito Federal, teriam sido contratadas como assessoras, mas jamais trabalharam efetivamente para Alcolumbre. O esquema, iniciado em 2016, teria desviado ao menos R$ 2 milhões.
Elas tinham vencimentos mensais entre R$ 4 mil e R$ 14 mil, mas devolviam parte do montante ao gabinete de Alcolumbre. De acordo com a Veja, os extratos das contas das funcionárias mostram que o salário era depositado e imediatamente sacado.
A Advocacia-Geral do Senado informou, em nota encaminhada ao ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), que a polícia legislativa “intimou tanto as ex-servidoras entrevistadas pela reportagem quanto o servidor mencionado”. “Em consequência, a apuração preliminar foi imediatamente interrompida, canceladas todas as diligências e oitivas dos servidores e ex-servidores mencionados na reportagem (nenhuma testemunha foi ouvida), e o procedimento foi integralmente encaminhado à Procuradoria-Geral da República”, diz o ofício.
Ainda de acordo com a nota, a polícia do Senado seguiu o procedimento estabelecido pela direção-geral, com a remessa imediata dos autos à PGR “caso se confirmasse a existência de algum elemento probatório com a menção de parlamentar na acusação da prática de atos ilícitos penais no desempenho do mandato e a ele relacionados, com possíveis repercussões na esfera penal”.